Dói e dói muito, saber que perto de 20 mil brasileiros prestaram trabalho voluntário para a Fifa, na Copa do Mundo de 2014. Nada receberam. Nada ganharam. Mão-de-obra fácil de ser atraída. Trabalharam para uma entidade que se descobriu corrupta, indigna e que ganhou a maior fortuna de todas as copas. Entidade que aqui estiveram seus dirigentes máximos e que sugou o trabalho físico e intelectual de uma multidão de brasileiros inocentes, além de nos ofender a todos, quando o Jerôme Walker disse que era preciso dar um chute do traseiro do Brasil.
Isso, e muito mais, foi objeto de dois artigos que a Tribuna da Internet publicou em junho do ano passado: “Nem Deus perdoa a exploração de milhares de voluntários a serviço da Fifa e suas subsidiárias” e “Legado da Copa, Legado da Olimpíada: tapeação do povo”. Apenas a Tribuna da Internet publicou os alertas contra a exploração. Ninguém mais publicou ou noticiou a respeito.
Também naquela ocasião (junho de 2014), a TI já se posicionava contra a perda da soberania do Brasil para a Fifa. A Lei Geral da Copa (LGC) criou um estado de exceção nas capitais que sediaram o evento, mudou o Estatuto do Idoso, o Estatuto do Torcedor e muitas outras leis.
É PRECISO INVESTIGAR
Dizem que na escolha do Brasil para sediar a Copa de 2014 não houve propina, corrupção e suborno. Sei não. É preciso investigar. Porque foi escandalosamente vergonhosa e subalterna a LGC que a Fifa impôs ao Brasil. Num dos debates no Supremo, durante a apreciação da constitucionalidade da lei, o ministro Joaquim Barbosa chegou a perguntar a seus pares: “Os senhores sabem o que é o Alzirão?”. A pergunta referia-se à tradicional festa de torcedores na Rua Alzira Brandão, esquina de Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, festa pública e que a Fifa queria proibir ou cobrar para que fosse realizada!!!
REFÉNS DA FIFA
Todos, antes, durante e depois da Copa de 2014, ficamos reféns da Fifa, que teve figuras ligados a ela presos no Hotel Copacabana Palace, depois soltos e deixaram o país. E também não seria a hora de investigar o que está acontecendo com o dinheiro público na preparação dos Jogos Olímpicos. A gastança é enorme. E não haverá legado algum, como registrado e explicado num dos artigos referidos.
As construções estão sendo feitas com dinheiros públicos. Quando os jogos terminarem, as edificações e construções nunca serão legados, isto porque, ninguém é legatário de um bem que a própria pessoa construiu. De um bem que à própria pessoa pertence, ou seja, a coletividade. Apenas uma pergunta, nada mais do que uma pergunta ,que neste mundo sujo se justifica. Se vê agora que a Fifa é corrupta. Se nunca foi, passou a ser. E o COI (Comitê Olímpico Internacional)?
29 de maio de 2015
Jorge Béja
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