FEDERAIS FAZEM BUSCA NA EMPRESA DE KLEBER LEITE
Como reflexo das investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), a Polícia Federal brasileira cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório da empresa Klefer, do ex-presidente do Flamengo Kléber Leite, no bairro Botafogo, no Rio de Janeiro. Os agentes cumpriam ordem do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, que recebeu pedido da Justiça norte-americana. A solicitação passou antes pela 9ª Vara Federal do Rio, segundo fontes relataram ao Correio. Tudo aconteceu menos de dez horas depois do pedido dos EUA.
A Klefer entrou em licitação com a Traffic, empresa de José Hawilla investigada nos EUA em esquema de propinas por direitos de transmissão de jogos de futebol. A disputa era justamente por direitos de TV da Copa do Brasil. As duas firmas fecharam um acordo posteriormente. Hawilla fez acordo de colaboração premiada com as autoridades americanas, confessou crimes e pagou multa de US$ 151 milhões.
A reportagem procurou Kleber Leite, mas seu telefone celular não atendeu as ligações na noite de hoje. Porém, ele concedeu entrevista a jornalistas do Rio, afirmando que não há nada irregular em sua atuação e que a única coisa que fez foi prestar “socorro” à empresa de Hawilla. “Jamais usamos deste expediente (propina) para obtenção de qualquer contrato ao longo dos 32 anos de vida da Klefer”, escreveu posteriormente, em nota.
Kléber Leite disse que os policiais levaram documentos, mídia e até seu aparelho de telefone. Ele afirmou aos jornalistas não estar preocupado: “Quem não deve não teme”. Na nota, o empresário ainda criticou a postura de Hawilla, seu sócio na divisão de direitos de transmissão da Copa do Brasil. “Passou por momentos difíceis em função de grave doença”, disse ele depois, ao publicar nota sobre o caso. “A cabeça dele deve ter sido afetada. A cabeça, o caráter e, principalmente, o sentimento de gratidão.”
NOVOS DOCUMENTOS
Os delegados e agentes da PF começaram a ação por volta das 17h. O trabalho terminou às 20h30 aproximadamente. Eles estavam acompanhados de quatro procuradores do Ministério Público designados pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot: José Gomes Schetino, Marcello Paranhos Miller, Carlos Bruno Ferreira da Silva e Vladimir Aras, os três últimos da secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República. Depois que o pedido dos EUA chegou ao DRCI, foi enviado ao Ministério Público, que solicitou as buscas à 9ª Vara Federal do Rio, que autorizou as medidas.
As autoridades da PF e do MPF aguardam a chegada de novos documentos dos Estados Unidos e da Suíça. Não estão descartadas, porém, novas ações policiais relacionadas ao “Fifagate” também esta quinta-feira (28).
29 de maio de 2015
Eduardo Militão e Cida Barbosa
Correio Braziliense
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