"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

DOLEIRO YOUSSEF DEPÕE E VOLTA A ACUSAR EDUARDO CUNHA



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Youssef acusa Cunha, mas empreiteiro desmente
Delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef declarou à Justiça Federal na quarta-feira que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atual presidente da Câmara dos Deputados, foi o “destinatário final” da propina paga pelo aluguel de navios-sonda para a Petrobras, em 2006.
O assunto é alvo de uma ação penal a que respondem Youssef e outras três pessoas, por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Também são réus o operador Fernando Soares, o Baiano, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o empresário Júlio Camargo, que intermediou o contrato.
De acordo com Youssef, que depôs na condição de réu, Cunha e Baiano eram os “destinatários finais” da propina originada no contrato. Baiano, ele diz, era um dos operadores do PMDB na Petrobras.
O doleiro disse que Camargo citou “exatamente” o nome de Cunha a ele, em conversas sobre o pagamento da propina, em 2011.
“Expressou exatamente o nome do deputado”, disse. Depois, complementou que o empresário “deixou transparecer que o Fernando Soares representava o Eduardo Cunha nesse assunto [das sondas].” Por fim, ao responder a pergunta de seu advogado se Cunha era o destinatário final da propina, disse que sim.
Em depoimento prestado poucos minutos depois à Justiça, Camargo negou que tenha mencionado o nome de Cunha ou mesmo atribuído qualquer participação ao deputado nesse episódio.
O atual presidente da Câmara nega ter sido beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras.
REQUERIMENTOS
Segundo Youssef, Camargo estava “realmente bastante perturbado” quando foi procurá-lo para que o ajudasse no pagamento da propina, que estava atrasado.
A preocupação era com os requerimentos feitos pela Câmara dos Deputados ao TCU (Tribunal de Contas da União), que pediam informações sobre contratos da Mitsui, uma empresa que Camargo representava.
Youssef voltou a afirmar, como já havia feito em sua delação premiada, que os pedidos eram um meio de forçar Camargo a pagar a propina, e foram solicitados por Cunha, ainda que o deputado não tenha assinado o documento. “Foi através de outros deputados”, disse.
O doleiro reafirmou que fez o pagamento de cerca de R$ 4 milhões em espécie a Baiano, e entregou outros R$ 2 milhões a Camargo em seu escritório, para completar o que o empresário devia ao operador.
Camargo negou, também em depoimento nesta quarta (13), que tenha atribuído a autoria dos requerimentos a Cunha.

14 de maio de 2015
Deu na Folha

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