O IPCA-15 mostrou o que se esperava: uma inflação declinante no dado mensal, mas que continua a subir no acumulado de 12 meses. Essa é a época do ano em que os preços de alimentos começam a dar uma pequena folga ao consumidor. No ano passado, esse período teve até inflação zero em julho. Isso pode favorecer o governo na disputa eleitoral, mas há forças em sentido contrário.
Há um nível de inflação que sempre deixa o eleitor mal humorado com o governo. Não se pode separar a explosão dos movimentos de junho do ano passado da escalada de preços de alimentos e serviços do começo de 2013. A subida este ano foi menor, mas, mesmo assim, o consumidor viveu o desconforto de ir à feira e ao supermercado e encontrar os preços sempre remarcados. Ele tende a culpar o governo cada vez que o índice sobe além de um determinado ponto.
Agora, na queda, a tendência é de a irritação diminuir, mas, mesmo no vale da inflação de alimentos, eles continuam subindo e alguns produtos vão continuar incomodando, como a carne. Além disso, a alta geral de preços em 12 meses está muito perto do teto da meta, mantendo o orçamento doméstico pressionado. Isso sem falar no fato de que o consumidor sabe que preços represados por motivos políticos vão cobrar a conta mais adiante.
As distribuidoras de energia elétrica já estão querendo comprometer até a conta de 2016.O aumento extra na conta de 2015 está garantido por contrato. Elas venderam esses recebíveis como garantia à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, para sustentar o empréstimo de R$ 11,2 bilhões. Agora, estão pedindo mais um cheque de R$ 7,9 bilhões para ser pago do mesmo jeito: com aumento na tarifa ao consumidor. Esse dinheirama toda, e mais o que o Tesouro adiantou no começo do ano, ultrapassará os R$ 20 bilhões só para cobrir a diferença entre custo da energia e o preço ao consumidor no Brasil em um ano.
A inflação está alta, apesar de alguns preços serem fictícios, ou seja, estarem artificialmente baixos por causa da campanha eleitoral. As geradoras de energia também pedem socorro. Nos derivados de petróleo, a diferença entre o custo de importação da Petrobras e o que ela cobra é uma reclamação constante da presidente da empresa, Graça Foster.
A convicção de que no futuro os preços de energia serão mais altos está diminuindo a confiança empresarial e ao consumidor. A inflação em 12 meses estar alta e a expectativa de novos reajustes depois das eleições diminuem o impacto positivo da desaceleração dos preços que acontece de maio a agosto.
Quando se diz que a inflação de alimentos está em queda é bom lembrar que, na média, continua subindo. No IPCA- 15, a alta foi de 0,88%. O alívio vem do fato de que no mês passado foi de 1,84%. Energia, ainda que com preços reprimidos, teve na prévia de maio um aumento médio de 3,76%, e os remédios subiram 2,1%. Isso tudo aperta o orçamento doméstico.
O duplo sinal continuará nos próximos meses: a inflação continuará menor a cada mês em relação ao anterior, mas o acumulado permanecerá subindo para perto do teto da meta. Mesmo assim, a maioria aposta que o Banco Central, depois de um ano subindo a taxa de juros, o que elevou a Selic de 7,25% para 11%, pode aproveitar a desaceleração do IPCA e a deflação do IGP-M para parar de subir a taxa de juros.
Por ter errado na condução da política anti-inflacionária, o governo está no ano eleitoral vivendo o dilema de usar tarifas para manter a inflação baixa, mesmo sabendo que isso contrata mais inflação no futuro e pesa nas contas públicas. Também deve interromper a alta de juros para evitar as críticas de sindicatos e empresários, mesmo com a taxa em 12 meses perto de estourar o teto da meta.
Há um nível de inflação que sempre deixa o eleitor mal humorado com o governo. Não se pode separar a explosão dos movimentos de junho do ano passado da escalada de preços de alimentos e serviços do começo de 2013. A subida este ano foi menor, mas, mesmo assim, o consumidor viveu o desconforto de ir à feira e ao supermercado e encontrar os preços sempre remarcados. Ele tende a culpar o governo cada vez que o índice sobe além de um determinado ponto.
Agora, na queda, a tendência é de a irritação diminuir, mas, mesmo no vale da inflação de alimentos, eles continuam subindo e alguns produtos vão continuar incomodando, como a carne. Além disso, a alta geral de preços em 12 meses está muito perto do teto da meta, mantendo o orçamento doméstico pressionado. Isso sem falar no fato de que o consumidor sabe que preços represados por motivos políticos vão cobrar a conta mais adiante.
As distribuidoras de energia elétrica já estão querendo comprometer até a conta de 2016.O aumento extra na conta de 2015 está garantido por contrato. Elas venderam esses recebíveis como garantia à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, para sustentar o empréstimo de R$ 11,2 bilhões. Agora, estão pedindo mais um cheque de R$ 7,9 bilhões para ser pago do mesmo jeito: com aumento na tarifa ao consumidor. Esse dinheirama toda, e mais o que o Tesouro adiantou no começo do ano, ultrapassará os R$ 20 bilhões só para cobrir a diferença entre custo da energia e o preço ao consumidor no Brasil em um ano.
A inflação está alta, apesar de alguns preços serem fictícios, ou seja, estarem artificialmente baixos por causa da campanha eleitoral. As geradoras de energia também pedem socorro. Nos derivados de petróleo, a diferença entre o custo de importação da Petrobras e o que ela cobra é uma reclamação constante da presidente da empresa, Graça Foster.
A convicção de que no futuro os preços de energia serão mais altos está diminuindo a confiança empresarial e ao consumidor. A inflação em 12 meses estar alta e a expectativa de novos reajustes depois das eleições diminuem o impacto positivo da desaceleração dos preços que acontece de maio a agosto.
Quando se diz que a inflação de alimentos está em queda é bom lembrar que, na média, continua subindo. No IPCA- 15, a alta foi de 0,88%. O alívio vem do fato de que no mês passado foi de 1,84%. Energia, ainda que com preços reprimidos, teve na prévia de maio um aumento médio de 3,76%, e os remédios subiram 2,1%. Isso tudo aperta o orçamento doméstico.
O duplo sinal continuará nos próximos meses: a inflação continuará menor a cada mês em relação ao anterior, mas o acumulado permanecerá subindo para perto do teto da meta. Mesmo assim, a maioria aposta que o Banco Central, depois de um ano subindo a taxa de juros, o que elevou a Selic de 7,25% para 11%, pode aproveitar a desaceleração do IPCA e a deflação do IGP-M para parar de subir a taxa de juros.
Por ter errado na condução da política anti-inflacionária, o governo está no ano eleitoral vivendo o dilema de usar tarifas para manter a inflação baixa, mesmo sabendo que isso contrata mais inflação no futuro e pesa nas contas públicas. Também deve interromper a alta de juros para evitar as críticas de sindicatos e empresários, mesmo com a taxa em 12 meses perto de estourar o teto da meta.
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