Vai muito mal o desempenho dos negócios do Brasil com o resto do mundo. Esse é um dado que não tem o charme do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nem chama tanta atenção como o comportamento da inflação. Mas é indicador importante da saúde da economia de um país. E deveria ser acompanhado com mais atenção. É como medir a capacidade de gerar riqueza pela via das relações internacionais; ou seja, o que se ganha na contabilidade entre o que entra com as exportações e o que sai com as importações, o que pagamos e o que recebemos dos parceiros comerciais no exterior.
Depois de acumular perdas preocupantes no primeiro trimestre, o país registrou em abril mais um deficit em transações correntes: US$ 8,29 bilhões, um recorde para o mês. Com isso, o Brasil acumula deficit em conta- corrente de US$ 33,4 bilhões nos quatro primeiros meses, também o maior da série histórica iniciada em 1947.
O valor corresponde a 4,65% do PIB, proporção considerada alta pela maioria dos especialistas internacionais. Para economias menos desenvolvidas, é tolerável que esse percentual chegue a 3%, mas passa a ser monitorado com mais preocupação o país que tem resultado pior do que esse, como ocorre com o Brasil.
O dado só não pesa mais contra nosso crédito, por enquanto, por causa das reservas cambiais de US$ 375 bilhões, espécie de aval para as compras a prazo e a contratação de empréstimos. Mas é sempre bom lembrar que foi graças a festejados superavits comerciais no tempo das cotações em alta das commodities (período anterior à crise financeira internacional de 2008/2009) que o país conseguiu pagar em dia suas dívidas e acumular as reservas que tem hoje.
As contas de abril refletem a crescente perda de competividade de nossa economia, como revelou a última pesquisa do International Management Developmeent (IMD), de Lausanne, na Suíça, envolvendo 60 países. O Brasil caiu da 38ª posição, que ocupava há quatro anos, para a 54ª.
Em abril, as exportações brasileiras não conseguiram ir além de um pífio superavit de US$ 506 milhões, insuficiente para compensar as perdas na balança de serviços, que inclui os gastos dos brasileiros no exterior, além das contas de remessas de lucros das empresas estrangeiras aqui instaladas.
A manutenção de deficits nas contas externas pode acabar comprometendo a condição de grau de investimento obtida pelo Brasil. Mas, para voltar a ter renda em moeda estrangeira, o país não pode mais contar apenas com a eventual retomada dos preços das commodities agrícolas e minerais.
Por isso mesmo, precisa enfrentar com determinação os gargalos que tornam o país cada dia menos capaz de competir nos mercados internacionais. Rever o tamanho e o custo do Estado para viabilizar a reforma tributária, reduzir a burocracia, iniciar uma arrojada revolução na educação e acelerar os investimentos em infraestrutura estão nessa agenda, da qual o próximo presidente não terá como fugir.
Depois de acumular perdas preocupantes no primeiro trimestre, o país registrou em abril mais um deficit em transações correntes: US$ 8,29 bilhões, um recorde para o mês. Com isso, o Brasil acumula deficit em conta- corrente de US$ 33,4 bilhões nos quatro primeiros meses, também o maior da série histórica iniciada em 1947.
O valor corresponde a 4,65% do PIB, proporção considerada alta pela maioria dos especialistas internacionais. Para economias menos desenvolvidas, é tolerável que esse percentual chegue a 3%, mas passa a ser monitorado com mais preocupação o país que tem resultado pior do que esse, como ocorre com o Brasil.
O dado só não pesa mais contra nosso crédito, por enquanto, por causa das reservas cambiais de US$ 375 bilhões, espécie de aval para as compras a prazo e a contratação de empréstimos. Mas é sempre bom lembrar que foi graças a festejados superavits comerciais no tempo das cotações em alta das commodities (período anterior à crise financeira internacional de 2008/2009) que o país conseguiu pagar em dia suas dívidas e acumular as reservas que tem hoje.
As contas de abril refletem a crescente perda de competividade de nossa economia, como revelou a última pesquisa do International Management Developmeent (IMD), de Lausanne, na Suíça, envolvendo 60 países. O Brasil caiu da 38ª posição, que ocupava há quatro anos, para a 54ª.
Em abril, as exportações brasileiras não conseguiram ir além de um pífio superavit de US$ 506 milhões, insuficiente para compensar as perdas na balança de serviços, que inclui os gastos dos brasileiros no exterior, além das contas de remessas de lucros das empresas estrangeiras aqui instaladas.
A manutenção de deficits nas contas externas pode acabar comprometendo a condição de grau de investimento obtida pelo Brasil. Mas, para voltar a ter renda em moeda estrangeira, o país não pode mais contar apenas com a eventual retomada dos preços das commodities agrícolas e minerais.
Por isso mesmo, precisa enfrentar com determinação os gargalos que tornam o país cada dia menos capaz de competir nos mercados internacionais. Rever o tamanho e o custo do Estado para viabilizar a reforma tributária, reduzir a burocracia, iniciar uma arrojada revolução na educação e acelerar os investimentos em infraestrutura estão nessa agenda, da qual o próximo presidente não terá como fugir.
26 de maio de 2014
Editorial Correio Braziliense
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