Comentário de LIBERTATUM: parece que os EUA decidiram definitivamente trilhar o caminho da auto-destruição.
O
Departamento de Justiça americano deve expandir a sua definição de "racial
profiling" –termo usado para a seleção feita com base nas características
físicas de um indivíduo- para evitar que agentes federais usem critérios como
religião, origem, gênero e orientação sexual em suas
investigações.
Desde que
assumiu como secretário de Justiça, em 2009, Eric Holder, o primeiro
afro-americano a assumir o posto, é crítico deste tipo de seleção e já tinha
ordenado a revisão das diretrizes para investigações federais.
Durante
encontro privado com o novo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anteontem,
ele teria revelado a intenção de mudar os parâmetros das investigações, segundo
revelou uma fonte ao "New York Times".
Uma das
bandeiras da campanha de Blasio foi a da mudança do chamado "stop and frisk"
(pare e reviste) em Nova York, que também usava a seleção por cor de pele e
origem em batidas policiais.
O
movimento vem após uma década de críticas por parte de grupos de direitos
humanos que acusam as autoridades de ter como principais alvos os muçulmanos, em
investigações de contraterrorismo, e os latinos, em investigações sobre
imigração.
Em 2003,
o presidente George W. Bush chegou a banir a prática, com exceção justamente dos
casos que ameacem a segurança nacional. Além disso, a proibição só valia para a
cor da pele, mas não religião e origens.
"Essas
exceções permitem que muçulmanos americanos e hispanoamericanos sejam
perseguidos", disse o senador democrata Richard J. Durbin, de Illinois, em
2012.
Para Hina
Shamsi, advogada da American Civil Liberties Union, uma das organizações que
mais combatem o "profiling", acabar com a prática condiz com o que é defendido
na Constituição americana.
"Além do
mais, vai atender à demanda sempre expressa pelo FBI [polícia federal americana]
de uma melhor relação com as minorias religiosas", afirma.
17 de janeiro de 2014
ISABEL FLECK, DE NOVA YORK (Folha)
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