"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A RELIGIÃO DO NOVO MUNDO

            
          Artigos - Globalismo 
Assim se formará a religião universal, alimentada não apenas por opositores do cristianismo, mas, e talvez principalmente, por cristãos dissociados da essência da sua fé e apegados meramente aos efeitos dela.

Quando escrevi o texto 'Uma Ideologia Religiosa', demonstrei o caráter religioso do marxismo e como ele possui seu profeta com suas profecias, sua promessa paradisíaca e seus demônios. Deixei claro que essa ideologia é simplesmente uma imitação do cristianismo e como isso denota sua identidade satânica.

No entanto, o demônio não se limita a apenas uma via de usurpação - todos os caminhos que ele puder trilhar para que consiga tomar o lugar de Deus são utilizados. É por isso que vemos tantas manifestações filosóficas, religiosas, pseudo-espirituais e intelectuais que se assemelham demais às verdadeiras manifestações cristãs. Porém, quando bem analisadas, percebe-se que tudo não passa da imitação de um cristianismo alijado de suas ideias essenciais.

O que elas fazem é apropriar-se indevidamente dos valores cristãos, ocultando o verdadeiro possuidor desses valores. Apropriação indébita, fraudulenta e enganadora.
Ao fazer isso, tais manifestações ainda passam a exigir os louvores próprios dos defensores daquelas virtudes.
Daí, elas acabam sendo, aos olhos da multidão, os paladinos da tolerância, do amor e da caridade, quando, na verdade, foi o cristianismo quem apresentou tais virtudes ao mundo. E o pior: lançam sobre os cristãos a pecha de intolerantes, de insensíveis e de fanáticos.

Por não estarem atentos a isso é que boa parte da cristandade se renderá aos apelos do Novo Mundo. Não que ela deseje negar seu Cristo, nem abandonar sua fé, mas, ignorante que permanece, sujeita à manipulação por causa de seu desinteresse dos assuntos realmente importantes e impossibilitada de compreender às razões mais profundas de tudo, enxergará na fraude a sinceridade, na usurpação a verdade e na falsidade os valores que ela sabe serem os melhores.

Assim se formará a religião universal, alimentada não apenas por opositores do cristianismo, mas, e talvez principalmente, por cristãos dissociados da essência da sua fé e apegados meramente aos efeitos dela. Uma fé ecumênica se formará e levará consigo uma multidão de crentes enganados pela própria inocência estúpida.

Basta atentar para o quanto, dentro dos próprios apriscos evangélicos, se fala de um amor abstrato, de uma caridade meramente humana e de uma tolerância excessiva como virtude. Tem se multiplicado a pregação de um evangelho sem justiça eterna, de um Deus que fecha os olhos às impiedades humanas e a todos perdoa, ainda que não haja arrependimentos.


Não é difícil encontrar o evangelho da inclusão, que não propõe a mudança, nem a transformação, mas apenas finge imitar Cristo que não julgou a adúltera, esquecendo sua determinação que ela cessasse com seu pecado.

A nova Religião Universal não se levantará frontalmente contra uma fé chamada cristã, mas, a esvaziará de tal maneira que a tornará uma mera associação de boas maneiras, sem conteúdo vital algum, sem qualquer convocação a algum tipo de arrependimento, nem chamada a alguma escolha definitiva. Será uma religião que se coadunará perfeitamente com a mentalidade moderna que é superficial, fútil e desinteressada.


17 de janeiro de 2014
Fabio Blanco é advogado e teólogo.

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