Virou moda para esse monte de políticos de alto coturno, flagrados pelas delações da Odebrecht, defenderem-se jurando não ter recebido “vantagens indevidas” da empreiteira. Quer dizer que também há vantagens devidas? Está classificada a roubalheira, verdadeira confissão de culpa de ministros, governadores, deputados e senadores. Uma evidência irrefutável do envolvimento de tantos ladrões.
Indaga-se o que acontecerá com eles, se reconhecem haver recebido propinas oriundas de superfaturamento de obras, desvio de verbas e similares. Com ou sem foro especial, estão arcabuzados. Se alguns foram considerados candidatos presidenciais, hoje não são mais. Mesmo demorando, seu julgamento será irreversível.
Não é preciso expô-los a citações nominais. A maioria dos delatores tem apresentado provas até documentais da corrupção. Provavelmente venham a tornar-se inelegíveis por decisão dos tribunais, mas o principal é que lhes faltarão votos. Talvez até coragem para mostrar-se. Vestais de ontem, transformam-se em ratos de hoje e, certamente, condenados de amanhã.
Réus confessos cuja defesa torna-se impossível diante do próprio reconhecimento da prática deletéria da corrupção por anos a fio.
Pertencem a todos os partidos e roubaram em todos os Estados. Estarão em todos os ministérios, também. São aqueles considerados desconfortáveis pelo próprio presidente da República. Aliás, a propósito, estaria Michel Temer confortável em companhia de … (Cala-te boca!)
CONDENAÇÃO – Da tribuna do Senado, Gleisi Hoffmann confessou estar inapelavelmente condenada. Poucas vezes se tem visto coragem tamanha. Pior do que tudo, a senadora está certa…
20 de abril de 2017
Carlos Chagas
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