A imprensa internacional – sobretudo nos Estados Unidos – alardeou em manchetes escandalosas de primeira página, o assalto do nadador norte-americano Ryan Lochte, 32, no Rio de Janeiro.
Sem dúvida, trata-se de fato lamentável.
Porém, não se justifica a onda “contra” a Rio 2016, apontando a cidade como refém do crime organizado.
Sabe-se que, diariamente, sucedem-se roubos e assaltos em cidades de grande porte, como Nova York, Orlando, Paris, Londres e outras.
O crescimento urbano rápido, aliado a uma maior expectativa de consumo e a baixa mobilidade social são fatores que levam muitas pessoas ao crime, inclusive em nações do chamado primeiro mundo.
Será que a imprensa norte-americana, por exemplo, já esqueceu o atentado à Maratona de Boston em 2013?
A série de ataques começou no dia 15 de abril de 2013, quando duas bombas explodiram, durante a Maratona de Boston;
Registros policiais apontaram a morte de três pessoas e ferimentos em outras 264.
A estratégia usada desafiou o moderno aparato policial norte-americano.
As bombas explodiram com uma diferença de cerca de 12 segundos e estavam a 190 metros de distância uma da outra, perto da linha de chegada, na Boylston Street.
Episódios como esse justificariam por acaso a desqualificação perante o mundo da segurança e a vida urbana, na cidade de Boston?
Em 1972, jovens palestinos vestidos como atletas burlaram o sistema de segurança da Alemanha e lançaram granada em um dos helicópteros da polícia, abrindo fogo contra o outro. Todos os nove reféns morreram, assim como o piloto de um dos equipamentos e um policial.
Claro, que a situação do RJ é mais complexa do que Boston, ou cidades semelhantes, considerando-se a atual onda islâmica, que desequilibra os sistemas de segurança globais.
Entretanto, violência é violência.
No caso brasileiro, as dificuldades da economia geram “guetos” de criminalidade. O fenômeno não é privilégio do país.
Nova York já foi vista como uma das metrópoles mais perigosas do mundo, alcançando em 1990 seu pico de homicídios: 2.262 em um ano, média de 188 por mês.
Não pode ser negado é que durante a Olimpíada há um esforço inegável do governo brasileiro para oferecer segurança aos participantes e a população em geral.
E esse objetivo está sendo alcançado, até hoje.
Não se nega o legítimo dever da imprensa internacional informar o assalto que realmente aconteceu do Rio de Janeiro, envolvendo atleta norte-americano.
A diferença entre o que aconteceu do Rio de Janeiro e os episódios criminosos de Boston, Orlando, Munique e Paris, por exemplo, está apenas nas causas dos atos criminosos.
Por que apontar e alardear falhas de segurança pública, apenas em nosso país, como fez hoje o jornal nova-iorquino “Daily News”?
Parece até que a mídia internacional deseja a todo custo confirmar a previsão, por ela propagada intempestivamente, em rádios, jornais e TVs, de que a Rio 2016 seria um fracasso, com mortes, transmissão de doenças mortais e violência generalizada.
Como isso não está ocorrendo até hoje (Graças a Deus!), fatos isolados (embora graves) ocupam os espaços da mídia, para atingir e detratar a imagem do Brasil e do seu povo.
Tal comportamento usa dois pesos e duas medidas e significa profunda injustiça.
Afinal, diante do que se constata a nível mundial, o ditado popular mais uma vez tem razão: “Quem tem rabo de palha, não toca fogo no dos outros.
16 de agosto de 2016
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; procurador federal; presidente do Parlamento Latino-Americano, e professor de Direito Constitucional da UFRN.
Sem dúvida, trata-se de fato lamentável.
Porém, não se justifica a onda “contra” a Rio 2016, apontando a cidade como refém do crime organizado.
Sabe-se que, diariamente, sucedem-se roubos e assaltos em cidades de grande porte, como Nova York, Orlando, Paris, Londres e outras.
O crescimento urbano rápido, aliado a uma maior expectativa de consumo e a baixa mobilidade social são fatores que levam muitas pessoas ao crime, inclusive em nações do chamado primeiro mundo.
Será que a imprensa norte-americana, por exemplo, já esqueceu o atentado à Maratona de Boston em 2013?
A série de ataques começou no dia 15 de abril de 2013, quando duas bombas explodiram, durante a Maratona de Boston;
Registros policiais apontaram a morte de três pessoas e ferimentos em outras 264.
A estratégia usada desafiou o moderno aparato policial norte-americano.
As bombas explodiram com uma diferença de cerca de 12 segundos e estavam a 190 metros de distância uma da outra, perto da linha de chegada, na Boylston Street.
Episódios como esse justificariam por acaso a desqualificação perante o mundo da segurança e a vida urbana, na cidade de Boston?
Em 1972, jovens palestinos vestidos como atletas burlaram o sistema de segurança da Alemanha e lançaram granada em um dos helicópteros da polícia, abrindo fogo contra o outro. Todos os nove reféns morreram, assim como o piloto de um dos equipamentos e um policial.
Claro, que a situação do RJ é mais complexa do que Boston, ou cidades semelhantes, considerando-se a atual onda islâmica, que desequilibra os sistemas de segurança globais.
Entretanto, violência é violência.
No caso brasileiro, as dificuldades da economia geram “guetos” de criminalidade. O fenômeno não é privilégio do país.
Nova York já foi vista como uma das metrópoles mais perigosas do mundo, alcançando em 1990 seu pico de homicídios: 2.262 em um ano, média de 188 por mês.
Não pode ser negado é que durante a Olimpíada há um esforço inegável do governo brasileiro para oferecer segurança aos participantes e a população em geral.
E esse objetivo está sendo alcançado, até hoje.
Não se nega o legítimo dever da imprensa internacional informar o assalto que realmente aconteceu do Rio de Janeiro, envolvendo atleta norte-americano.
A diferença entre o que aconteceu do Rio de Janeiro e os episódios criminosos de Boston, Orlando, Munique e Paris, por exemplo, está apenas nas causas dos atos criminosos.
Por que apontar e alardear falhas de segurança pública, apenas em nosso país, como fez hoje o jornal nova-iorquino “Daily News”?
Parece até que a mídia internacional deseja a todo custo confirmar a previsão, por ela propagada intempestivamente, em rádios, jornais e TVs, de que a Rio 2016 seria um fracasso, com mortes, transmissão de doenças mortais e violência generalizada.
Como isso não está ocorrendo até hoje (Graças a Deus!), fatos isolados (embora graves) ocupam os espaços da mídia, para atingir e detratar a imagem do Brasil e do seu povo.
Tal comportamento usa dois pesos e duas medidas e significa profunda injustiça.
Afinal, diante do que se constata a nível mundial, o ditado popular mais uma vez tem razão: “Quem tem rabo de palha, não toca fogo no dos outros.
16 de agosto de 2016
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; procurador federal; presidente do Parlamento Latino-Americano, e professor de Direito Constitucional da UFRN.
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