EX-LÍDER DE LULA E DILMA, CÂNDIDO VACCAREZZA DEIXA O PT E DECLARA APOIO A RUSSOMANNO

EX-LÍDER DE LULA E DILMA PEDIU DESLIGAMENTO NO ÚLTIMO DIA 5

VACCAREZZA DIZ QUE NÃO HÁ GOLPE NO PROCESSO DE IMPEACHMENT E AFIRMA QUE DILMA É RESPONSÁVEL PELO AFASTAMENTO DO PMDB (FOTO: EBC)

O ex-deputado federal Cândido Vaccarezza pediu desligamento do PT para apoiar a candidatura do deputado Celso Russomanno (PRB) à Prefeitura de São Paulo. 

A solicitação foi feita no último dia 5 de agosto. Ele deverá migrar para o PTB, do seu amigo Campos Machado.

Líder dos governos de Lula e Dilma Rousseff, Vaccareza faz queixas especialmente à administração da presidente afastada. 

Para ele, não há golpe no processo de impeachment. E afirma que Dilma é responsável pelo afastamento do PMDB. Segundo ele, ela nunca foi "gerentona, ótima. Nem uma pessoa de grandes qualidades".

Vaccarezza só poupa o ex-presidente Lula: "Ele pode considerar que rompi com ele. Mas nunca rompi com Lula. Rompi com o PT.

A saída do PT, no entanto, surpreendeu o meio político. Vaccarezza disse que não conseguiu conversar profundamente com a candidata do PMDB à Prefeitura, Marta Suplicy, desde que foi anunciada na corrida eleitoral. Ela também é ex-liderança petista e antiga aliada do ex-líder.

Na última quarta-feira, 10, Vaccarezza se reuniu com Russomanno e deverá atuar em sua campanha. “Neste momento, Russomanno é o melhor candidato”, disse.

16 de agosto de 2016
diário do poder

NOTA AO PÉ DO TEXTO

A 'arte' da política que se pratica no Brasil resume-se, basicamente, em comer o queijo, enquanto ele é o prato do dia. Rigorosamente, não há direita, esquerda ou centro disso ou daquilo. O que há são interesses de se manter a tona do poder, dominar espaços, ocupar lugares. O resto é conversa fiada, ou afiada. 

O retrato que podemos extrair do dia a dia político passa longe de fidelidades, sejam pessoais ou partidárias. Políticos comprometidos posições, alianças e outras algemas, têm vida curta. Nada disso conta, quando se trata de 'sobreviver' a qualquer custo, não importando o preço que se pague. Aposta-se sobretudo na parca memória dos eleitores, além da sua torta leitura dos acontecimentos. Quando há leituras...

O cenário é tristemente ridículo. Cabe bem no cinismo do antigo provérbio "amigos, amigos, negócios à parte". Porque os "negócios" são realmente o que interessa. Amigos, no moderno entendimento, são apenas condições ocasionais. Amigo hoje, potencial inimigo amanhã, segundo os interesses que se interponham.

m.americo