POLICIAIS CUMPREM MANDADOS DE BUSCA E CONDUÇÃO COERCITIVA
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (16) a 6ª fase da Operação Acrônimo, que investiga esquema de tráfico de influência para liberação de empréstimos do BNDES. As ações foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque um dos alvos, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), tem foro privilegiado.
Agentes cumprem mandados em Minas Gerais e São Paulo de busca e apreensão. Não há mandados de prisão. O alvo é uma obra de construção do aeroporto de Catarina, em São Roque, na Região Metropolitana de Sorocaba, que foi financiada com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Segundo as investigações, os recursos foram liberados mediante pagamento de contribuição de campanha pela empreiteira JHFS para Fernando Pimentel (PT).
A operação financeira foi intermediada pelo empresário de Brasília Benedito Oliveira Neto, o Bené, apontado como operador do governador petista.
O instituto Vox Populi é outro alvo da operação. Conforme as investigações, a ajuda financeira foi via pagamento ao instituto de pesquisa eleitoral.
Também está entre os alvos Eduardo Serrano, atual secretário-geral da governadoria. Ele é apontado como um dos intermediários de propina supostamente paga pela Odebrecht a Pimentel à época em que o governador de Minas era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma e presidente do conselho de administração do BNDES.
O delator
Dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em 2014, Bené é considerado o operador do esquema de corrupção que envolve o governador mineiro. O empresário ganhou o benefício de cumprir prisão domiciliar após fazer acordo de colaboração premiada, assinado em 23 de abril. Em 27 de maio o ministro do STJ Herman Benjamin homologou a delação.
Bené é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele já havia sido preso pela PF por associação criminosa, na mesma operação, em 29 de junho do ano passado, mas foi liberado na ocasião. Com a colaboração de Bené, tanto Pimentel quanto a presidente afastada Dilma Rousseff se comprometem, pois Bené também atuou em sua campanha a presidente em 2010.
A Polícia Federal chegou até Bené após comprovar que ele financiou campanhas petistas e da presidente Dilma com dinheiro desviado de contratos firmados com o próprio governo Dilma. Segundo investigações, Bené se aproximou do PT durante o segundo mandato do governo Lula.
Bené é amigo do governador Fernando Pimentel e ajudou a elegê-lo governador de Minas Gerais, em 2014. Entre os seus bens, constam um avião bimotor – onde viajou Pimentel durante a campanha.
As investigações da Operação Acrônimo começaram em 2014, quando o avião de Bené foi apreendido com R$ 133 mil em espécie. Naquela ocasião, Bené seguia de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF), quando foi surpreendido por agentes da PF no Aeroporto JK.
R$ 20 milhões em propina
O empresário Bené afirmou na delação premiada que o Grupo Caoa pagou R$ 20 milhões ao governador Pimentel. Os pagamentos, segundo Bené, no depoimento, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo.
Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha. As defesas de Pimentel e do Grupo Caoa negam
16 de agosto de 2016
elijonas maia
diário do poder
SEGUNDO AS INVESTIGAÇÕES, OS RECURSOS FORAM LIBERADOS MEDIANTE PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÃO DE CAMPANHA PELA EMPREITEIRA JHFS PARA FERNANDO PIMENTEL (PT). |
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (16) a 6ª fase da Operação Acrônimo, que investiga esquema de tráfico de influência para liberação de empréstimos do BNDES. As ações foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque um dos alvos, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), tem foro privilegiado.
Agentes cumprem mandados em Minas Gerais e São Paulo de busca e apreensão. Não há mandados de prisão. O alvo é uma obra de construção do aeroporto de Catarina, em São Roque, na Região Metropolitana de Sorocaba, que foi financiada com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Segundo as investigações, os recursos foram liberados mediante pagamento de contribuição de campanha pela empreiteira JHFS para Fernando Pimentel (PT).
A operação financeira foi intermediada pelo empresário de Brasília Benedito Oliveira Neto, o Bené, apontado como operador do governador petista.
O instituto Vox Populi é outro alvo da operação. Conforme as investigações, a ajuda financeira foi via pagamento ao instituto de pesquisa eleitoral.
Também está entre os alvos Eduardo Serrano, atual secretário-geral da governadoria. Ele é apontado como um dos intermediários de propina supostamente paga pela Odebrecht a Pimentel à época em que o governador de Minas era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma e presidente do conselho de administração do BNDES.
O delator
Dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em 2014, Bené é considerado o operador do esquema de corrupção que envolve o governador mineiro. O empresário ganhou o benefício de cumprir prisão domiciliar após fazer acordo de colaboração premiada, assinado em 23 de abril. Em 27 de maio o ministro do STJ Herman Benjamin homologou a delação.
Bené é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele já havia sido preso pela PF por associação criminosa, na mesma operação, em 29 de junho do ano passado, mas foi liberado na ocasião. Com a colaboração de Bené, tanto Pimentel quanto a presidente afastada Dilma Rousseff se comprometem, pois Bené também atuou em sua campanha a presidente em 2010.
A Polícia Federal chegou até Bené após comprovar que ele financiou campanhas petistas e da presidente Dilma com dinheiro desviado de contratos firmados com o próprio governo Dilma. Segundo investigações, Bené se aproximou do PT durante o segundo mandato do governo Lula.
Bené é amigo do governador Fernando Pimentel e ajudou a elegê-lo governador de Minas Gerais, em 2014. Entre os seus bens, constam um avião bimotor – onde viajou Pimentel durante a campanha.
As investigações da Operação Acrônimo começaram em 2014, quando o avião de Bené foi apreendido com R$ 133 mil em espécie. Naquela ocasião, Bené seguia de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF), quando foi surpreendido por agentes da PF no Aeroporto JK.
R$ 20 milhões em propina
O empresário Bené afirmou na delação premiada que o Grupo Caoa pagou R$ 20 milhões ao governador Pimentel. Os pagamentos, segundo Bené, no depoimento, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo.
Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha. As defesas de Pimentel e do Grupo Caoa negam
16 de agosto de 2016
elijonas maia
diário do poder
Nenhum comentário:
Postar um comentário