A mais recente pesquisa da Datafolha, nesta semana, dá ao Lula a vitoria no primeiro turno contra qualquer um dos outros possíveis candidatos presidenciais, em 2018. Não adianta brigar com a notícia, mesmo sabendo que no segundo turno o resultado poderá ser diferente, apesar da contradição.
Tratou-se de um refrigério para os companheiros, que se encontravam no fundo do poço. A dois anos da eleição, não há certeza de nada, mas, pelo menos o ex-presidente está no páreo.
O importante na tomada de opinião está nos demais concorrentes. Nem Aécio nem Alckmin e José Serra se destacam. A distância entre cada um deles e o primeiro companheiro é significativa, apesar de o segundo turno embolar o meio campo. Daqui até a decisão tudo poderá acontecer, mas a vantagem fica com o Lula, que há algum tempo vem dado sinais de pretender concorrer. Não pode ser tido como marginalizado, tanto faz a inclinação de quem se debruça sobre esses resultados.
Registra-se invulgar movimentação entre os adversários do PT para alijar de vez o ex-presidente, e motivos até existem para isso. Afinal, foi o responsável pela débacle econômica do país, tendo escolhido Dilma Rousseff para sucedê-lo e permitido que Madame se elegesse uma segunda vez. Mesmo assim, lidera a pesquisa inicial, evidência impossível de ser negada.
Claro que alterações de vulto fazem-se necessárias para o futuro imediato. Começam por ampla renovação no PT. Desmoralizado e exangue, o partido dificilmente aguentará o tranco de uma sucessão com seus atuais quadros. Tem gente sobrando, em termos de desgaste. Será preciso uma limpeza olímpica, fundamental mas incômoda para o Lula. Além da disposição de afastar a sombra da corrupção que vem de trás.
21 de julho de 2016
Carlos Chagas
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