A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento, no governo Lula, e Comunicações, no governo Dilma) entregou petição à Polícia Federal em São Paulo em que solicita a realização de uma perícia contábil alcançando inclusive suas próprias contas bancárias. “A perícia vai provar que o ministro Paulo Bernardo não recebeu propinas”, declarou enfaticamente a advogada Verônica Abdalla Sterman, que integra o núcleo de defesa do ex-ministro.
Alvo da Operação Custo Brasil – desdobramento da Pixuleco II, fase da Lava Jato -, Paulo Bernardo foi preso no dia 23 de junho pela PF por supostamente ter recebido R$ 7,1 milhões em propinas do esquema Consist – empresa de software contratada em 2010, durante a gestão de Paulo Bernardo no Planejamento, para administrar empréstimos consignados de milhões de servidores públicos.
EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS – A Consist teria desviado R$ 100 milhões por meio da cobrança de taxas elevadas dos tomadores de consignados. Seis dias depois de sua prisão, Paulo Bernardo foi solto por ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
Nesta terça-feira, 19, Paulo Bernardo o ex-ministro fez um depoimento de cerca de quatro horas na PF em São Paulo. Ele estava acompanhado de seus advogados Verônica Sterman e Juliano Breda. O ex-ministro respondeu todas as perguntas da PF. E a defesa nega que Paulo Bernardo tenha recebido valores do esquema Consist, via advogado Guilherme Gonçalves, de Curitiba, também investigado na Custo Brasil.
Ao final da audiência, os advogados protocolaram a petição por uma perícia contábil. “O dr. Paulo Bernardo nega categoricamente o recebimento de R$ 7 milhões em propinas. Por isso, a perícia contábil é muito importante. Pedimos uma perícia inclusive nas contas correntes dele (Paulo Bernardo) e para que se comprove a origem dos recursos, onde (o dinheiro) foi parar, a destinação dada aos recursos recebidos (pelo advogado Guilherme Gonçalves) a título de honorários.”
NÃO SABIA DE NADA – Verônica Sterman disse que Paulo Bernardo não pode afirmar que o advogado Guilherme Gonçalves usou seu nome para ‘explorar prestígio’. “Mas o ministro pode afirmar que não sabia desse contrato entre a Consist e o escritório Guilherme Gonçalves. Não tinha conhecimento. Quanto a repasses a negativa é categórica.”
“A perícia é muito importante e decisiva porque não vão encontrar dinheiro nas contas dele (Paulo Bernardo)”, afirma a advogada. “A perícia é a prova documental a ser realizada para aferir qual a destinação desse recurso. A perícia tem que ser feita. Ela é muito necessária. É muito fácil falar que Paulo Bernardo recebeu R$ 7 milhões do advogado. A perícia vai demonstrar que ele (Paulo Bernardo) não recebeu um centavo.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A defesa de Bernardo usa a mesma estratégia do advogado de Dilma. Assim como Dilma não poderia ter culpa pelas pedaladas, porque não assinou nenhum documento autorizando expressamente que fossem feitas, agora Bernardo alega que não é corrupto, porque o dinheiro não entrou em sua conta corrente pessoal. Bem, se ele tivesse colocado o dinheiro na conta, estaria mostrando que, além de corrupto, é também idiota, como ficou provado no caso da presidente Dilma, que não somente comandou as pedaladas, como até assinou decretos ilegais para autorizá-las. Bem, defesa de criminoso é assim mesmo. Os advogados fazem o que podem, mas quem concretiza os milagres são os juízes. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A defesa de Bernardo usa a mesma estratégia do advogado de Dilma. Assim como Dilma não poderia ter culpa pelas pedaladas, porque não assinou nenhum documento autorizando expressamente que fossem feitas, agora Bernardo alega que não é corrupto, porque o dinheiro não entrou em sua conta corrente pessoal. Bem, se ele tivesse colocado o dinheiro na conta, estaria mostrando que, além de corrupto, é também idiota, como ficou provado no caso da presidente Dilma, que não somente comandou as pedaladas, como até assinou decretos ilegais para autorizá-las. Bem, defesa de criminoso é assim mesmo. Os advogados fazem o que podem, mas quem concretiza os milagres são os juízes. (C.N.)
21 de julho de 2016
Julia Affonso e Fausto Macedo, Estadão
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