"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 3 de março de 2016

RELATOR DE CASO DELCÍDIO INDICA QUE DELAÇÃO DEVE ACELERAR CASSAÇÃO

MOTTA DEVE APRESENTAR PARECER NA PRÓXIMA SEMANA


FOTO: GERALDO MAGELA/ AGÊNCIA SENADO


Relator do pedido de quebra de decoro contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética, o senador Telmário Motta (PDT-RR) afirmou na manhã desta quinta-feira, 3, que a delação premiada que o petista está fazendo deve acelerar o processo de cassação dele. "Imagina, o cara se autoconfessa réu. Acho que sim (acelera a cassação)", disse o pedetista, que foi escolhido nesta quarta-feira, 2, relator do caso e deve apresentar o parecer sobre se admite a abertura do processo contra Delcídio na próxima quarta, 9.

Questionado se pode haver um espírito de corpo dos parlamentares para salvá-lo da punição, Telmário preferiu responder por ele: "Não aceito esse tipo de pressão. Não há nada no mundo que me faça aceitar. Vou agir na legalidade e com a minha consciência. Não há perigo de eu sofrer influência."

Em entrevista no corredor do Senado, Telmário fez questão de ressaltar que é vice-líder do governo Dilma no Senado para defender "as coisas importantes para o País, não para estar protegendo ninguém". "Fui eleito sem grupo político e financeiro combatendo a corrupção. Não serei passivo a tudo isso não. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém", afirmou ele, que é senador de primeiro mandato.

O pedetista ponderou ter votado contra a prisão de Delcídio em novembro por avaliar que ela não estava de acordo com a legalidade. Afirmou que era preciso ter havido o cometimento de crime flagrante e inafiançável, o que, a seu juízo, não ocorreu.

O senador do PDT adiantou que, após as notícias sobre delação, não vai procurar Delcídio por telefone nem vai receber qualquer telefonema dele. Telmário disse que o caso do petista será tratado "de forma transparente" e frisou que a "conversa" entre eles será por meio de documentos. Ele afirmou ter cancelado sua volta para Roraima e vai se debruçar sobre os autos do processo durante o fim de semana.

"A partir do relatório prévio, que tenho que entregar até quarta-feira, vamos ver se acata ou não e aí vai se abrir a oitiva", disse o pedetista, sem revelar qual posição tomará.

O senador do PDT disse que Delcídio telefonou para ele logo após Telmário ter cobrado explicações da tribuna da Casa sobre uma reportagem da Folha de S. Paulo em que o petista insinuava que poderia envolver outros senadores em irregularidades. Segundo ele, Delcídio disse que jamais faria isso, não tinha esse tipo de informação e que aquilo não era verdadeiro.



03 de março de 2016
diário do poder

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