"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

DUAS NOTAS DE CARLOS BRICKMANN

‘Os Azares desta Vida’ e ‘A Grécia é Aqui’


Os azares desta vida

O escritor francês André Maurois dizia que “tais são os azares da vida que todo acaso se faz possível”. O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, é do tipo que atravessa a rua para pisar numa casca de banana do outro lado.
Quando o Supremo aceitou a ação penal do Mensalão, ele foi jantar num restaurante e falou por celular com seu irmão. Disse que a tendência era amaciar para José Dirceu mas que todos votaram com a faca no pescoço, acuados pela imprensa. Na mesa ao lado, uma boa repórter que Lewandowski não conhecia, Vera Magalhães, da Folha de S. Paulo, anotou tudo e tudo publicou.
Desta vez, ele estava em Coimbra, e soube que o avião de Dilma, em vez de fazer escala em Lisboa, por acaso desceria no Porto. Viajou então uns 130 km e, no Porto, se encontrou por acaso com a presidente. Sigilo total. Ou quase total: o repórter Gérson Camarotti, deO Globo, soube do encontro e o divulgou. Os dois presidentes, da República e do Supremo, explicaram que a conversa tinha sido apenas sobre o aumento dos servidores do Judiciário. Então, tá.
Poderiam ter conversado em Brasília, onde um trabalha a pouco mais de cem metros do outro, e sem precisar do sigilo.
E mais ainda
O caro leitor acha que é muita falta de sorte? Pois tem mais: o terceiro participante do encontro Dilma-Lewandowski, ministro José Eduardo Cardozo, depôs na CPI da Petrobras nesta quarta-feira.
Qual foi o assunto preferido das perguntas?

A Grécia é aqui

Na discussão (já chatamente partidarizada) sobre a Grécia, pouco se diz como os gregos se enfiaram no buraco. Nada que nos espante, a nós, brasileiros.
1- Cada carro oficial dispõe de 50 motoristas contratados pelo Governo;
2- O Lago Kopais é protegido por 1.763 funcionários públicos. Pena que o lago não mais exista: secou há 85 anos. Dele só restou a equipe administrativa;
3 – O Metrô de Atenas fatura € 19 milhões por ano. E custa € 500 milhões. Um ministro propôs que fosse fechado e que os passageiros usassem táxi, por conta do governo. Seria mais barato;
4 – Como em todo o mundo, há aposentadorias especiais, precoces, para quem exerce profissões perigosas. Na Grécia, entre os beneficiados, há músicos especializados em instrumentos de sopro, cabeleireiros, apresentadores de TV.
Com esse estudo da Comissão Europeia fica mais fácil entender as coisas.

16 de julho de 2015

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