"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

BNDES MENTIU SOBRE EMPRÉSTIMOS A OBRAS NO EXTERIOR



O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ofereceu a Cuba condições vantajosas no financiamento do porto de Mariel, a 40 quilômetros de Havana, incluindo um prazo de 25 anos para pagar. Dados do polêmico empréstimo foram tornados públicos pela primeira vez na terça-feira, junto com várias operações feitas pelo banco no exterior desde 2007.
O empréstimo cubano teve o prazo mais longo entre as obras financiadas fora do país – a maioria perto de 15 anos. As taxas de juros dos cinco empréstimos disponíveis no site do BNDES, que totalizaram US$ 682 milhões (R$ 2,1 bilhões), variam entre 4,44% e 6,91% ao ano. A obra é realizada pela construtora brasileira Odebrecht.
O financiamento do porto – trunfo do regime comunista dos irmãos Raúl e Fidel Castro – foi objeto de controvérsia na eleição de 2014. A oposição acusou o governo do PT de favorecer Cuba.
ALTO RISCO
Para especialistas ouvidos pela Folha, as condições do empréstimo são “normais” para o tamanho e a complexidade da obra, mas se tornam “atípicas” para o perfil de risco da ilha, que não acessa o mercado de capitais.
Cuba é um dos países com pior nota de risco de crédito do mundo, com Venezuela e Paquistão. Cálculo do professor Aswath Damodaran, da Universidade de Nova York, diz que o país deveria pagar juros de 11% a 12% ao ano.
Uma das poucas comparações possíveis é com financiamento do Porto do Sudeste, projeto de Eike Batista vendido para investidores estrangeiros. Neste caso, o BNDES concedeu, direta e indiretamente, cerca de R$ 1,74 bilhão, com juros mais altos e prazos menores que o porto cubano – entre 7,9% e 8,9%, com 13 a 14 anos de prazo.
O BNDES diz que Mariel é uma obra de “valor elevado e de longo período de construção” e que o “repagamento da dívida é compatível com a vida econômica do projeto”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Realmente, o BNDES mentiu sobre esses empréstimos para obras no exterior. Afirmou que os financiamentos seriam pagos pelas empreiteiras beneficiadas, mas agora se sabe que o pagamento esta a cargo dos países de origem. Vai ser uma moleza receber bilhões de dólares de países ricos e sem problemas como Cuba, Venezuela, Moçambique, Angola, República Dominicana etc. Aliás, por que o BNDES também não fez empréstimos ao Haiti, que está exportando mão de obra barata para o Brasil? Cuba também exporta, mas é mão de obra especializada, e cobra centenas de milhões de dólares pelos médicos que nos assistem. Será que o financiamento do porto será pago na base do troca-troca? (C.N.)
03 de junho de 2015
Raquel Landim e Bruno Villas BoasFolha

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