O Ministério Público da Suíça vai interrogar o presidente renunciante da Fifa, Joseph Blatter, nas investigações penais sobre a suspeita de compra de votos para a Copa de 2018 e 2022. A revelação foi publicada pelo jornal britânico Sunday Times e confirmada por pessoas próximas ao caso. Blatter, como presidente, não votou pelas sedes dos Mundiais. Mas os suíços querem saber qual foi de fato seu envolvimento no caso, mesmo após ele ter renunciado à presidência.
Na semana passada, o MP em Berna mandou uma equipe para a sede da Fifa, o que resultou no confisco de dezenas de documentos e computadores. A Fifa teve de confirmar que houve a ação, mas insistiu que estava colaborando com as autoridades e que o caso havia começado justamente depois de uma denúncia feita pela própria entidade em novembro de 2014.
GESTÃO FRAUDULENTA
Mas esse não seria o único caso em exame pela Justiça. De forma paralela, um segundo processo secreto foi estabelecido relacionado à eleição das sedes de 2018 e de 2022, que ficara para o Catar e Rússia. A votação ocorreu em 2010.
O processo começou no início do ano e foca em “lavagem de dinheiro” e “gestão fraudulenta”. Segundo o MP, Blatter será um dos dez dirigentes que serão interrogados e alguns deles serão ouvidos nesta semana mesmo. Uma eventual condenação significaria 7 anos de prisão.
A investigação ganhou o nome de “Operação Darwin”, numa referência às origens. Contas já foram bloqueadas e o próximo passo é a coleta dos depoimentos. Além de Blatter, podem ser ouvidos ainda Michel Platini, presidente da Uefa, e Vitaly Mutko ministro de Esporte da Rússia e membro da cúpula da Fifa.
Segundo a BBC, bancos ingleses também iniciaram auditorias internas para tentar identificar o movimento de contas em nome de dirigentes da Fifa. Pelo menos três bancos ingleses foram citados no indiciamento do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, entre eles, o HSBC e o Barclays. Eles não estão na lista de suspeitos, mas terão que cooperar. A Agência Estado apurou que bancos brasileiros também estão entre os citados pela justiça americana, como o Itaú e o Banco do Brasil.
03 de junho de 2015
Deu no Correio Braziliense
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