Em linguagem popular, pode-se afirmar que o governo da República “está mais perdido do que cego em tiroteio”. Não obstante, os marqueteiros da mentira voltaram em grande estilo, tentando fazer a sociedade acreditar que “o pior já passou”. Na política, o vice-presidente Michel Temer (como disse um seu correligionário), transformou-se no RH do poder, cuidando das nomeações políticas. E paralelamente, articulando a política oficial.
Na economia, o ministro Joaquim Levy, na Fazenda, como um D.Quixote, tenta colocar a política econômica no caminho da racionalidade. A herança do governo Dilma I de devastação fiscal, aliada à fantasia da “nova matriz econômica”, gerou a situação pânica que estamos a viver. A busca de um superávit primário de R$ 66 bilhões, para 2015 foi o seu tiro de largada. O saneamento das contas públicas se desdobraria no contingenciamento de R$ 78 bilhões do Orçamento, reduzido pelo ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, para R$ 69,9 bilhões.
O ajuste fiscal para reequilibrar as finanças públicas, recuperar credibilidade e garantir a retomada do crescimento econômico no futuro, não tem consenso no governo. O conflito é claro entre a Fazenda e o Planejamento. Levy deseja reduzir os gastos públicos, com ajustes estruturais, buscando novas fontes de financiamento, como diz, “pela simples razão de o dinheiro ter acabado”.
Já o ministro Nelson Barbosa defende o aumento das receitas públicas pela criação de novos impostos. Para Levy “não adianta pensar em novos impostos, como se isso fosse salvar a economia”. Vinculado ao PT, o titular do Planejamento, tem no ex-presidente Lula da Silva e no Chefe da Casa Civil, Aluizio Mercadante, importantes aliados.
Enquanto Dilma diz prestigiar Levy, nas suas propostas econômicas, Lula da Silva desejaria a sua substituição pelo Nelson Barbosa. Conclusão: governo e PT demonstram total alienação à realidade da tragédia econômica e social que mergulharam o Brasil.
Como provaremos com números, os fracassos recorrentes dos alquimistas das mágicas e pedaladas fiscais incompetentes, responsáveis pela atual situação da economia brasileira. O economista Amir Khair, em “O Estado de S.Paulo” (24-5-2015), afirma que no primeiro trimestre (janeiro-fevereiro-março de 2015): “As despesas com juros atingiram R$ 85 bilhões ou 1,47% do PIB. Dado mais estarrecedor é o aumento neste primeiro trimestre da dívida bruta: R$ 227,8 bilhões!”.
No passado, o economista foi fundador e ativo militante do PT. Para o ano de 2015, o ex-ministro Delfim Neto (muito consultado por Lula e Dilma), afirma que os juros para pagamento da dívida pública será da ordem de R$ 400 bilhões. A dívida bruta em relação ao PIB representará 63%, sendo responsável direta pela enormidade dos recursos transferidos para o sistema financeiro.
Relatório do Tesouro Nacional atesta que em abril a Dívida Pública Federal, era de R$ 2,452 trilhões. E vem mantendo ritmo dinâmico de crescimento. Os números da economia afetam com objetividade a realidade social, atingindo fortemente o equilíbrio na distribuição da renda. O crescimento do PIB em 2012 foi de 1,8; em 2013, 2,7; em 2014, 0,1; e, para 2015, estima-se em menos 1,5.
Naqueles anos a inflação foi de 5,8%; 5,9%; 6,4% e projeta para o ano 8,3%. O resultado é taxa de desemprego crescente, afetando a vida do brasileiro para pior. Igualmente a queda real do salário para quem está empregado. A retração no consumo é consequência direta. A fraqueza da economia leva milhares de famílias a situações desesperadoras.
O governo está colhendo e penalizando a sociedade pela década de irresponsabilidade populista e abandono das reformas estruturais que se impunham. Ao invés, optou pela popularidade e demagogia do “nunca antes na história desse país”. Hoje paga o preço por causa disso.
A sucessora, apresentada como gerente competente, não era nem gerente e nem competente. Reeleita não pode mais manipular a realidade pela ação dos marqueteiros. Agora é refém do seu próprio governo. O gerador de relativa credibilidade é o ministro da Fazenda que vem tentando instrumentalizar uma saída dolorosa no curto prazo para se enxergar o futuro. Solitário, vem lutando com bravura.
03 de junho de 2015
Hélio Duque
Na economia, o ministro Joaquim Levy, na Fazenda, como um D.Quixote, tenta colocar a política econômica no caminho da racionalidade. A herança do governo Dilma I de devastação fiscal, aliada à fantasia da “nova matriz econômica”, gerou a situação pânica que estamos a viver. A busca de um superávit primário de R$ 66 bilhões, para 2015 foi o seu tiro de largada. O saneamento das contas públicas se desdobraria no contingenciamento de R$ 78 bilhões do Orçamento, reduzido pelo ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, para R$ 69,9 bilhões.
O ajuste fiscal para reequilibrar as finanças públicas, recuperar credibilidade e garantir a retomada do crescimento econômico no futuro, não tem consenso no governo. O conflito é claro entre a Fazenda e o Planejamento. Levy deseja reduzir os gastos públicos, com ajustes estruturais, buscando novas fontes de financiamento, como diz, “pela simples razão de o dinheiro ter acabado”.
Já o ministro Nelson Barbosa defende o aumento das receitas públicas pela criação de novos impostos. Para Levy “não adianta pensar em novos impostos, como se isso fosse salvar a economia”. Vinculado ao PT, o titular do Planejamento, tem no ex-presidente Lula da Silva e no Chefe da Casa Civil, Aluizio Mercadante, importantes aliados.
Enquanto Dilma diz prestigiar Levy, nas suas propostas econômicas, Lula da Silva desejaria a sua substituição pelo Nelson Barbosa. Conclusão: governo e PT demonstram total alienação à realidade da tragédia econômica e social que mergulharam o Brasil.
Como provaremos com números, os fracassos recorrentes dos alquimistas das mágicas e pedaladas fiscais incompetentes, responsáveis pela atual situação da economia brasileira. O economista Amir Khair, em “O Estado de S.Paulo” (24-5-2015), afirma que no primeiro trimestre (janeiro-fevereiro-março de 2015): “As despesas com juros atingiram R$ 85 bilhões ou 1,47% do PIB. Dado mais estarrecedor é o aumento neste primeiro trimestre da dívida bruta: R$ 227,8 bilhões!”.
No passado, o economista foi fundador e ativo militante do PT. Para o ano de 2015, o ex-ministro Delfim Neto (muito consultado por Lula e Dilma), afirma que os juros para pagamento da dívida pública será da ordem de R$ 400 bilhões. A dívida bruta em relação ao PIB representará 63%, sendo responsável direta pela enormidade dos recursos transferidos para o sistema financeiro.
Relatório do Tesouro Nacional atesta que em abril a Dívida Pública Federal, era de R$ 2,452 trilhões. E vem mantendo ritmo dinâmico de crescimento. Os números da economia afetam com objetividade a realidade social, atingindo fortemente o equilíbrio na distribuição da renda. O crescimento do PIB em 2012 foi de 1,8; em 2013, 2,7; em 2014, 0,1; e, para 2015, estima-se em menos 1,5.
Naqueles anos a inflação foi de 5,8%; 5,9%; 6,4% e projeta para o ano 8,3%. O resultado é taxa de desemprego crescente, afetando a vida do brasileiro para pior. Igualmente a queda real do salário para quem está empregado. A retração no consumo é consequência direta. A fraqueza da economia leva milhares de famílias a situações desesperadoras.
O governo está colhendo e penalizando a sociedade pela década de irresponsabilidade populista e abandono das reformas estruturais que se impunham. Ao invés, optou pela popularidade e demagogia do “nunca antes na história desse país”. Hoje paga o preço por causa disso.
A sucessora, apresentada como gerente competente, não era nem gerente e nem competente. Reeleita não pode mais manipular a realidade pela ação dos marqueteiros. Agora é refém do seu próprio governo. O gerador de relativa credibilidade é o ministro da Fazenda que vem tentando instrumentalizar uma saída dolorosa no curto prazo para se enxergar o futuro. Solitário, vem lutando com bravura.
03 de junho de 2015
Hélio Duque
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