Quando se fala em impeachment e Câmara, algumas coisas precisam ser levadas em conta:
Existem os partidos da base aliada do governo, existem os partidos de oposição, existem os partidosindependentes, existem os blocos partidários de oposição, existem os blocos partidários de governo e existem os blocos partidários que envolvem partidos de oposição e governo, além dos deputados independentes que formalmente podem ser contabilizados em oposição ou governo.
Uma votação recente que expõe a força do governo no início do mandato, da oposição e dos deputados independentes:
Eleição de Eduardo Cunha para presidente da Câmara:
Cunha: 267 votos
Delgado: 100 votos (candidato da oposição)
Chinaglia: 136 votos (candidato do governo)
Delgado: 100 votos (candidato da oposição)
Chinaglia: 136 votos (candidato do governo)
A primeira constatação da votação de Cunha é que quando a base e o governo brigam, quem sai perdendo é o governo.
A segunda é que somando insatisfeitos do governo com os votos que o candidato de oposição obteve temos 367 votos não alinhados com o governo Dilma. A presidência da Câmara envolveu articulação direta dos ministros e até hoje tem reflexos nas nomeações do segundo escalão (que ainda não saíram).
Dos 28 partidos com representação na Câmara, apenas nove integraram a chapa de Dilma Rousseff, são eles:
PT, PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PCdoB e PRB que ao todo somam 304 deputados.
Já a coligação que apoiou Aécio Neves possui outros nove partidos, são eles:
PSDB , PTB , DEM, SD, PTN, PMN, PEN, PTC e PT do B que somam 128 deputados.
Temos ainda a coligação que apoiou Marina Silva que possui quatro partidos, são eles:
PPS, PSB, PRP e PHS que ao todo somam 52 deputados.
Graças ao lulismo, quando pensamos em oposição lembramos apenas do PSDB, DEM e PPS e esquecemos dos partidos independentes. Nesta legislatura, o PSC (com exceção do deputado Silvio Costa) e o Solidariedade integram formalmente a oposição sem fazerem parte do bloco de atuação PPS-DEM-PSDB. Já os partidos independentes formam blocos com os partidos do governo apenas para composições em Comissões da Câmara, são eles:
PTB, PHS, PEN, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL e PTdoB que somam 51 deputados. Se contabilizarmos o PSB e o PV como independentes a bancada chega a 91 deputados.
Portanto, quando formos falar em impeachment, não podemos cair no erro de contabilizar qualquer deputado que não é do PSDB, DEM e PPS como governo. O governo Dilma é fraco, um exemplo gritante foi a votação da MP do ajuste fiscal, se não fosse a traição de 8 deputados do DEM, a MP não teria sido aprovada!
Quem acompanha a Câmara não cai na conversa de que o governo possui maioria avassaladora que impediria o impeachment, mas para quem não acompanha, o Estadão disponibiliza um infográfico com a força do governo em todas as votações, é o Basômetro. Nele, podemos ver que desde o início do segundo mandato de Dilma Rousseff “Em 95 votações, 349 deputados votaram com o governo em50% das vezes ou mais; e 178 menos de 50%” e essa ainda é uma constatação inchada da força do governo Dilma Rousseff, pois de acordo com o Basômetro a oposição votou com o governo em cerca de 1/3 dessas 95 votações junto com os partidos independentes. Ou seja, o governo conta hoje commenos deputados na Câmara do que os 304 que compuseram a coligação da eleição!
Dia 27/05 a Marcha pela Liberdade chega em Brasília para pedir o impeachment de Dilma Rousseff. A desinformação a serviço do governo e dos oposicionistas que não querem o impeachment está a todo vapor. Não seja cúmplice de quem quer salvar o governo Dilma Rousseff. Hoje, segundo o último Datafolha, existem mais pessoas que querem o impeachment do que eleitores do PSDB.
É dever dos políticos eleitos com o voto de oposição representarem a oposição, não o contrário. Quando uma estratégia furada de “fazer sangrar” o governo não agrada a população, são os políticos que devem rever sua atuação, não os eleitores que devem seguir bovinamente os políticos. A oposição somos nós!
Impeachment Já! O resto é conchavo!
25 de maio de 2015
in reaçablog
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