O experimento político ao qual a Venezuela tem estado submetida durante 16 anos vem se degradando com o vaivém das circunstâncias. A aventura política que começou como uma mistura idiossincrática de populismo, ressentimento social e autoritarismo se converteu em um regime desprestigiado, arbitrário e impopular.
Enquanto os preços do petróleo no auge permitiram, a repartição de subsídios garantiu simpatias ao socialismo do século XXI, anunciado por Hugo Chávez. Agora, com a economia em crise, e a pobreza aumentando, comprova-se que o socialismo rumo ao qual se pretende fazer a transição não é o socialismo democrático, como o que existe nos países escandinavos. A versão bolivariana é o denominado socialismo real que existiu na Alemanha Oriental até 1989, cuja instituição emblemática era a Stasi, a polícia secreta.
A cópia tropical desse modelo produz caos econômico, deterioração social, atropelo das liberdades individuais e repressão.
Sua forma de debater é a insolência e o insulto. Sua atitude em relação aos meios de comunicação independentes é com o propósito de destruí-los. Sua resposta aos que discordam da política governamental é criminalizá-los.
A incompatibilidade entre essas maneiras de conceber o socialismo adquiriu relevância em meio à decisão do ex-presidente do governo espanhol Felipe González de participar da defesa judicial de Leopoldo López e Antonio Ledezma, os presos políticos mais proeminentes da Venezuela. Esta iniciativa tem o respaldo do PSOE, e de estadistas latino-americanos como Fernando Henrique Cardoso, do Brasil; Ricardo Lagos, do Chile; e Andrés Pastrana, da Colômbia, que se ofereceram para acompanhar Felipe González em Caracas.
As autoridades venezuelanas reagiram a esse gesto humanitário com virulência, por considerarem que a defesa dos presos políticos é uma tentativa de desestabilizar o governo. A Assembleia Nacional, presidida por Diosdado Cabello, declarou González persona non grata na Venezuela. O Ministério das Relações Exteriores informou à Embaixada da Espanha em Caracas que González não é bem-vindo e que o governo não lhe forneceria segurança durante sua visita.
Esse episódio não constitui uma intromissão nos assuntos internos da República Bolivariana. Em nível internacional, foi posta em marcha uma manifestação de indignação pela violação sistemática dos direitos humanos por parte de Nicolás Maduro e seus sequazes. A União Europeia, as cortes espanholas e os parlamentos de Brasil, Colômbia e Chile aprovaram resoluções a favor da liberdade de López, Ledezma e dos demais presos políticos.
Na Venezuela, estão sendo revividas as batalhas anteriores contra as ditaduras de Juan Vicente Gómez e Marcos Pérez Jiménez. É um capítulo adicional do que aconteceu no Cone Sul nos anos 70. Os déspotas de então invocavam a segurança nacional. Os de agora se protegem na retórica anti-imperialista.
O enfrentamento entre os valores da democracia liberal e a opressão não serve para a adoção de posições ambíguas. A origem da controvérsia é nada menos que o tema da liberdade.
Enquanto os preços do petróleo no auge permitiram, a repartição de subsídios garantiu simpatias ao socialismo do século XXI, anunciado por Hugo Chávez. Agora, com a economia em crise, e a pobreza aumentando, comprova-se que o socialismo rumo ao qual se pretende fazer a transição não é o socialismo democrático, como o que existe nos países escandinavos. A versão bolivariana é o denominado socialismo real que existiu na Alemanha Oriental até 1989, cuja instituição emblemática era a Stasi, a polícia secreta.
A cópia tropical desse modelo produz caos econômico, deterioração social, atropelo das liberdades individuais e repressão.
Sua forma de debater é a insolência e o insulto. Sua atitude em relação aos meios de comunicação independentes é com o propósito de destruí-los. Sua resposta aos que discordam da política governamental é criminalizá-los.
A incompatibilidade entre essas maneiras de conceber o socialismo adquiriu relevância em meio à decisão do ex-presidente do governo espanhol Felipe González de participar da defesa judicial de Leopoldo López e Antonio Ledezma, os presos políticos mais proeminentes da Venezuela. Esta iniciativa tem o respaldo do PSOE, e de estadistas latino-americanos como Fernando Henrique Cardoso, do Brasil; Ricardo Lagos, do Chile; e Andrés Pastrana, da Colômbia, que se ofereceram para acompanhar Felipe González em Caracas.
As autoridades venezuelanas reagiram a esse gesto humanitário com virulência, por considerarem que a defesa dos presos políticos é uma tentativa de desestabilizar o governo. A Assembleia Nacional, presidida por Diosdado Cabello, declarou González persona non grata na Venezuela. O Ministério das Relações Exteriores informou à Embaixada da Espanha em Caracas que González não é bem-vindo e que o governo não lhe forneceria segurança durante sua visita.
Esse episódio não constitui uma intromissão nos assuntos internos da República Bolivariana. Em nível internacional, foi posta em marcha uma manifestação de indignação pela violação sistemática dos direitos humanos por parte de Nicolás Maduro e seus sequazes. A União Europeia, as cortes espanholas e os parlamentos de Brasil, Colômbia e Chile aprovaram resoluções a favor da liberdade de López, Ledezma e dos demais presos políticos.
Na Venezuela, estão sendo revividas as batalhas anteriores contra as ditaduras de Juan Vicente Gómez e Marcos Pérez Jiménez. É um capítulo adicional do que aconteceu no Cone Sul nos anos 70. Os déspotas de então invocavam a segurança nacional. Os de agora se protegem na retórica anti-imperialista.
O enfrentamento entre os valores da democracia liberal e a opressão não serve para a adoção de posições ambíguas. A origem da controvérsia é nada menos que o tema da liberdade.
25 de maio de 2015
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