O site Repórter Sindical, órgão oficial de divulgação das centrais sindicais, traz importante notícia sobre a reunião realizada sexta-feira na sede da CUT, em São Paulo, para tratar da reta final de preparação do Dia Nacional de Protesto, em 29 de maio.
Além das Centrais Sindicais que fazem parte da coordenação do movimento, a reunião teve a presença de representantes de movimentos sociais, que também vão se integrar às manifestações contra o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff e o projeto da lei da terceirização.
O secretário-geral da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes, disse à Agência Sindical que o encontro desta sexta-feira serviu para agregar à pauta do dia 29 reivindicações de movimentos sociais como o MST, MTST, mulheres e negros, entre outros. “Vamos fazer um grande ato unitário contra a terceirização, as medidas provisórias do ajuste fiscal e defender todas as demandas dos movimentos sociais”, revelou.
A intenção das centrais sindicais é realizar as manifestações de protesto de maneira descentralizada, para incluir todas as categorias profissionais, em todo o País, no maior número possível de cidades.
COINCIDÊNCIA?
Para quem acredita em coincidências, é um prato feito. Um dia depois de o ex-presidente Lula ter se reunido com os dirigentes das centrais sindicais e de movimentos sociais, como os sem-terra e os sem-teto, as centrais sindicais confirmam a realização deste megaevento de protesto contra o governo, na próxima sexta-feira.
A constatação é óbvia: depois do encontro com Lula, as centrais sindicais e os movimentos sociais seguiram a mesma trilha da União Nacional dos Estudantes (UNE), que, depois de embolsar os R$ 57 milhões doados na gestão de Lula, acaba de se descolar de governo Dilma Rousseff e anuncia que vai voltar às ruas, em defesa das verbas para educação.
ESTRATÉGIA DE LULA
Diante dessa realidade, nem é mais necessário que “coxinhas”, “patricinhas” e “mauricinhos” continuem saindo às ruas para exigir o impeachment e derrubar o governo Dilma. Os próprios movimentos sociais e os sindicatos vão se encarregar de fazê-lo, por orientação de Lula, cuja estratégia enfim está ficando clara.
Lula sabe que este governo não tem mais salvação nem viabilidade. Se Dilma ficar até o final, o PT estará esfacelado e Lula terá enorme dificuldade para se eleger. Mas se Dilma for derrubada, ele imediatamente vira oposição ao governo de Michel Temer e chega a 2018 com muito mais chances de voltar à Presidência. É o que Lula sonha que aconteça. E sonhar ainda não é proibido.
25 de maio de 2015
Carlos Newton
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