"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

VACCARI COLOCOU A CUNHADA MARICE NO ESQUEMA DA CORRUPÇÃO



Documento obtido na Operação Lava Jato aponta que Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, fez uma operação imobiliária fora do padrão com a empreiteira OAS em 2013, mesmo ano em que se suspeita que ela tenha recebido valores da construtora ligados ao esquema de corrupção na Petrobras.

O negócio foi a transferência de um apartamento no Guarujá (SP) de Marice para a OAS pelo valor de R$ 430 mil, cerca de dois anos após a cunhada de Vaccari ter adquirido o imóvel por R$ 200 mil, em 2011. A operação indica um aumento de 115% no valor do apartamento no período, o que é incomum no mercado imobiliário.

Em 2009, os apartamentos do condomínio onde fica o imóvel foram transferidos pela cooperativa dos bancários paulistas, a Bancoop, à OAS. À época, a Bancoop era presidida por Vaccari.
Indagada pela Folha sobre a elevação do valor do apartamento, a empreiteira disse que “houve um distrato do contrato de compra e venda que resultou na devolução dos valores pagos, atualizados até a data deste distrato”.

RECEBENDO PROPINAS

Segundo a investigação, quebra de sigilo de mensagens eletrônicas apontou que o doleiro Alberto Youssef, operador financeiro do esquema, providenciou a entrega de R$ 110 mil em espécie a Marice após orientação de um executivo da OAS, em 3 de dezembro de 2013. Em nota, a empresa negou “veementemente” esse repasse.

Em novembro do ano passado, a Procuradoria chegou a pedir a prisão de Marice sob o argumento de que o grampo da PF mostrou que ela participava do esquema. Ela também já foi apontada por Youssef como a emissária de Vaccari para receber R$ 400 mil em 2012, relativo à parte da propina paga pela Toshiba.

A Folha ligou para Marice, mas uma funcionária disse que ela não estava. A reportagem deixou contatos e pediu um retorno, mas Marice não telefonou de volta.
Em depoimento à PF, ela negou ter recebido os R$ 110 mil da OAS e ter qualquer ligação com o esquema de corrupção na Petrobras.

E o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, afirma que nunca recebeu valores ilícitos de fornecedores da estatal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Todo criminoso tem o direito de negar e de ficar calado, para não fornecer provas contra si. Mas o fato concreto é que as provas contra Vaccari e a cunhada estão se acumulando. Não somente provas testemunhais, colhidos nos depoimentos de delações premiadas, mas também provas materiais. (C.N.)


08 de abril de 2015
Flávio Ferreira
Folha

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