"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de março de 2015

QUE PAPO FURADO ESSE DE GOLPE!

Quem pode dar golpe?

Os militares. Apenas eles. E se depender deles não haverá golpe. Seja porque aprenderam com o último que deram, em 1964, seja porque não há mais líderes entre eles como havia no passado. E sem líderes...

Foi o próprio general Humberto Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura militar de 64, que acabou com a história de generais vestirem farda durante décadas. Estabeleceu um prazo para aposentadoria.

E o Congresso? Poderá dar um golpe?

Golpe é coisa de quem veste farda e carrega armas. O Congresso pode, digamos, “legalizar” o golpe. Como fez em 1964. Como havia feito quando os militares tentaram impedir a posse de Jango, o vice de Jânio Quadros, que renunciara ao cargo em 1961.

O Congresso então extinguiu o presidencialismo, regime que existia no país, e adotou o parlamentarista, que diminuía os poderes do presidente. Um ano depois de empossado, Jango convocou um plebiscito e o povo avalizou a volta do presidencialismo.

Pedir o impeachment de Dilma, como se pediu o de Fernando Collor em 1992, como o PT pediu o de Fernando Henrique Cardoso em 1999, não é crime. Muito menos golpe.

Do contrário não estaria previsto na Constituição o direito de qualquer pessoa, apenas com sua assinatura, dar entrada no Congresso a um pedido de impeachment contra o presidente da República.

Collor caiu porque não teve apoio no Congresso. Nem nas ruas. O apoio das ruas a Dilma parece pequeno. Mas isso somente não basta para apeá-la do poder. Ela conta com bastante apoio no Congresso.


14 de março de 2015
Ricadro Noblat, O Globo

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