"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 25 de outubro de 2014

O OCASO DAS PESQUISAS

   


Começou a trapalhada das pesquisas. Aberta a campanha do segundo turno, Ibope e Datafolha, cautelosamente, davam empate técnico entre Aécio e Dilma, mas com prevalência numérica para o tucano, na base do 51 contra 49.
Logo veio a Sensus e ampliou a vantagem: Aécio 56, Dilma 48. Só que agora, na semana que antecede a eleição, o Datafolha aponta Dilma com 52 e Aécio com 48. Com o Ibope, hoje e amanhã pode ser diferente.
 
Qual a conclusão a tirar? Que o eleitorado é volúvel, vive mudando de opinião, ou que amostragens envolvendo no máximo 9 mil eleitores não representam 143 milhões? Quem sabe as metodologias e coletas científicas de tendências constituem mera fantasia?
 
Tanto faz, mas a verdade é que as pesquisas vivem seu ocaso político. Confundem, mais do que esclarecem. O vexame do primeiro turno jamais será esquecido, mas se estiver sendo repetido no segundo, os institutos perderão futuros faturamentos, aliás monumentais até agora. Torna-se necessário encontrar novos mecanismos de aferição da vontade popular.
Ou abandonar essa prática que de ano para ano só perturba e desmoraliza as campanhas eleitorais.
 
É possível, mas não é provável, que certa parcela de eleitores mude de candidato às vésperas do pleito. Como também admite-se um percentual de indecisos. O problema, ou melhor, a solução, é que a imensa maioria do eleitorado há se decidiu faz tempo pelos candidatos.

Saberemos na noite de domingo. Imaginar que ínfima minoria possa representar a totalidade significa dar as costas para a lógica e o bom senso. As pesquisas podem induzir alguns votos, mas se batem cabeça, é sinal de sua incompetência. Não ganham eleição, conclui-se. Ainda mais quando são pagas…
 
NO REINO DA FANTASIA
 
Campanhas são campanhas. Aceita-se que os candidatos exagerem em suas promessas na busca de votos, mas quando começam a enganar descaradamente o eleitor, é bom tomar cuidado com eles.
A gente não sabe se o segundo turno está se realizando sob a égide do Pinóquio ou do Ali Babá, mas de um dos dois não escapamos. Dilma e Aécio prometem absurdos. Com a vitória de um deles o Brasil se transformaria no Nirvana.
 
O problema é que a presidente teve quatro anos para realizar o que agora anuncia e nem chegou perto. O senador bem que poderia ter apresentado projetos de lei no Congresso, para viabilizar seus sonhos, mas não apresentou. Agora, encenam um espetáculo de prestidigitação daqueles dignos de mágicos de parques de diversões.

Quem vencer dará de ombros para o que prometeu, caindo na real sem buscar muitas explicações para o malogro.
O povo que aguarde mais quatro anos para iludir-se. Ou para concluir que nada de novo existe debaixo do sol.

24 de outubro de 2014
Carlos Chagas

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