"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 25 de outubro de 2014

E NÃO É RECEITA DE BOLO...

Receita de Aécio para acabar com a corrupção: tire o PT do poder



 Nem que a vaca tussa, Dilma Rousseff responderá à pergunta que Aécio Neves lhe fez duas vezes, ontem à noite, durante o debate entre os candidatos a presidente promovido pela Rede Globo de Televisão.
 
A pergunta: “O que a senhora tem a dizer sobre os mensaleiros do PT condenados pela Justiça e que estão presos?”
 
Dilma nada tem a dizer. Não teve no debate da Globo e tampouco nos demais debates do primeiro ou do segundo turno. Como é possível que uma presidente da República nada tenha a dizer sobre um assunto desses?
 
Como se viu, entre nós, é possível sim. Não responder a perguntas incômodas é considerado por um povo que se acha esperto uma prova de grande esperteza – de fraqueza ou medo, jamais.
O debate foi dividido em quatro blocos. Em dois, candidato perguntou a candidato. Nos outros dois, eleitores indecisos perguntaram aos candidatos. O primeiro bloco, onde os candidatos se confrontaram, terminou empatado.
 
Aécio ganhou com folga os três blocos seguintes. Respondeu às perguntas com tranquilidade. Protagonizou os momentos marcantes do debate. Deixou Dilma atrapalhada várias vezes. E se saiu melhor ao ser interrogado pelos eleitores indecisos.
 
Cometeu uma frase matadora, destinada à passar à história dos debates. Foi quando uma eleitora perguntou o que poderia ser feito para acabar com a corrupção. Aécio disse: “Existe uma medida para acabar com a corrupção: tirar o PT do governo!”
 
O melhor do debate: as perguntas dos eleitores indecisos, que expuseram a dura realidade da vida das pessoas de carne e osso. Nada a ver com as pessoas que desfilaram na propaganda eleitoral de Dilma.
Um garoto contou que perdera um primo assassinado pelo tráfico de drogas. A professora, a trágica história do aluno que abandonou a escola para se tornar um dos chefes do tráfico. O florista cobrou uma solução para o problema das moradias. Afinal, o aluguel triplicou em quatro anos.
 
O mico da noite foi para... Dilma, naturalmente. Uma economista do Ceará, de 55 anos de idade, disse que não consegue mais emprego. Resposta de Dilma: faça o Pronatec, um curso de qualificação. Puxa, a mulher já é qualificada. Precisa de emprego, não de curso técnico.
 
A vitória de Aécio em mais um debate, dificilmente, será capaz de imprimir um novo rumo à eleição. A tendência é que os eleitores de Dilma achem que ela venceu o debate. Os eleitores de Aécio acharão que o vencedor foi ele. É assim que costuma acontecer.
 
De resto, algo como 84% dos eleitores de Dilma e dos eleitores de Aécio diz que não há hipótese de mudar seu voto. Um por cento dos eleitores de cada um diz que é alta a probabilidade de mudar. Para 4% de cada, existe alguma possibilidade de mudar. E 11% não respondem ou não sabem.

Aécio Neves e Dilma Rousseff (Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo )
Aécio Neves e Dilma Rousseff
(Imagem: Marcelo Carnaval / Agência O Globo )
 
25 de outubro de 2014
in blog do Noblat

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