Manchetes com denúncias contra a Petrobras tornaram-se indesejada rotina. Banalizadas, deixam de surpreender. A empresa saiu das páginas de economia e entrou nas policiais. Megaesquema de corrupção foi-se revelando em etapas até desaguar na Operação Lava-Jato, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março deste ano.
Ao aceitar acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa abriu a caixa de Pandora. De lá saíram cenas picantes, que vão além dos maus negócios, como a perda de refinarias na Bolívia e a compra de Pasadena nos Estados Unidos. O ex-diretor da estatal contou pormenores do megaesquema de desvio de dinheiro para pagar propina a políticos do PT, do PMDB e do PP.
Pouco se sabe do muito que o ex-diretor da estatal trouxe à tona. Mas os valores referidos são tais que não admitem ser ignorados. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), guardiã do mercado de capitais brasileiro, fez o que lhe competia fazer. Abriu inquérito administrativo para investigar a petroleira que já foi orgulho verde-amarelo e uma das empresas mais respeitadas do mundo. Apura se a corrupção acarretou perda para os acionistas.
A CVM agiu depois que a Securities and Exchange Commission (SEC) iniciou apuração sobre a conduta da Petrobras. Como tem papéis negociados na Bolsa de Nova York, a estatal brasileira está submetida ao órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos. É sério. Caso as irregularidades sejam comprovadas, vislumbra-se cenário sombrio.
A empresa poderá responder seja por desvios no mercado acionário, seja criminalmente. Poderá, também, ser punida com o pagamento de multas. Segundo as leis estadunidenses, corrupção, mesmo ocorrida fora do território americano, é passível de punição. No caso, porque prejudica acionistas que confiaram na lisura das ações negociadas.
Espera-se que as investigações cheguem às últimas consequências e que os responsáveis sejam punidos. As comissões internas constituídas para averiguar irregularidades devem fazer o que lhes compete com isenção, sem espírito de corpo. Também a Polícia Federal precisa concluir o trabalho com a seriedade que lhe caracteriza a atuação. O Congresso e os demais órgãos de fiscalização têm, também, de fazer a sua parte.
Passado o tsunami que lançou um mar de lama sobre a empresa que faz parte da história dos 200 milhões de brasileiros de norte a sul do país, a Petrobras deve reconquistar a credibilidade de que sempre gozou - com gestores capazes, lisura nas transações e avanços tecnológicos. Em suma: a petroleira tem de entrar no século 21 e fazer a leitura correta do tempo.
Ao aceitar acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa abriu a caixa de Pandora. De lá saíram cenas picantes, que vão além dos maus negócios, como a perda de refinarias na Bolívia e a compra de Pasadena nos Estados Unidos. O ex-diretor da estatal contou pormenores do megaesquema de desvio de dinheiro para pagar propina a políticos do PT, do PMDB e do PP.
Pouco se sabe do muito que o ex-diretor da estatal trouxe à tona. Mas os valores referidos são tais que não admitem ser ignorados. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), guardiã do mercado de capitais brasileiro, fez o que lhe competia fazer. Abriu inquérito administrativo para investigar a petroleira que já foi orgulho verde-amarelo e uma das empresas mais respeitadas do mundo. Apura se a corrupção acarretou perda para os acionistas.
A CVM agiu depois que a Securities and Exchange Commission (SEC) iniciou apuração sobre a conduta da Petrobras. Como tem papéis negociados na Bolsa de Nova York, a estatal brasileira está submetida ao órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos. É sério. Caso as irregularidades sejam comprovadas, vislumbra-se cenário sombrio.
A empresa poderá responder seja por desvios no mercado acionário, seja criminalmente. Poderá, também, ser punida com o pagamento de multas. Segundo as leis estadunidenses, corrupção, mesmo ocorrida fora do território americano, é passível de punição. No caso, porque prejudica acionistas que confiaram na lisura das ações negociadas.
Espera-se que as investigações cheguem às últimas consequências e que os responsáveis sejam punidos. As comissões internas constituídas para averiguar irregularidades devem fazer o que lhes compete com isenção, sem espírito de corpo. Também a Polícia Federal precisa concluir o trabalho com a seriedade que lhe caracteriza a atuação. O Congresso e os demais órgãos de fiscalização têm, também, de fazer a sua parte.
Passado o tsunami que lançou um mar de lama sobre a empresa que faz parte da história dos 200 milhões de brasileiros de norte a sul do país, a Petrobras deve reconquistar a credibilidade de que sempre gozou - com gestores capazes, lisura nas transações e avanços tecnológicos. Em suma: a petroleira tem de entrar no século 21 e fazer a leitura correta do tempo.
25 de outubro de 2014
Editorial Correio Braziliense
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