Está todo mundo de olho nas pesquisas, que nunca erraram com tamanha intensidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, Ibope e Datafolha davam Anthony Garotinho (PSC) na frente de Marcelo Crivella (PRB) no primeiro turno, com 10 pontos de diferença, enquanto o instituto Gerp registrava empate entre os dois, o que realmente aconteceu e Crivella acabou indo para o segundo turno, por escassa diferença.
Agora, Ibope e Datafolha preveem folgada vitória de Luiz Fernando Pezão (PMDB), mas o instituto Gerp insiste em proclamar que Crivella está na frente e se tornará governador do Rio de Janeiro neste domingo.
Na disputa presidencial, a disparidade também é surpreendente e assustadora. Datafolha indica Dilma Rousseff (PT) com 4 pontos na frente de Aécio Neves (PSDB), o Ibope coloca Aécio na dianteira com 2 pontos de diferença, enquanto o instituto Veritá dá 6 pontos de frente ao candidato do PSDB e o Sensus vai muito além, assinalando que Aécio estaria com quase 13 pontos de frente.
Essas absurdas discrepâncias significam que as pesquisas viraram uma loteria e, com resultados tão díspares, um dos institutos acabará acertando. São tantos (Ibope, Datafolha, Sensus, Vox Populi, MDA, Gerp, Veritá etc.) que a gente até se perde à procura de um que acerte ou chegue perto, o que inevitavelmente acontecerá.
QUANDO TODOS ERRAM...
No primeiro turno, os principais institutos erraram (para menos) a votação de Aécio Neves e superestimaram a de Dilma Rousseff. O presidente do Datafolha, Mauro Paulino, deu pomposa entrevista às vésperas da eleição e disse que, se Aécio Neves confirmasse ter passado Marina Silva nas urnas, seria um fato inédito em disputas presidenciais.
Paulino explicou que em 1989 foi diferente: “Quando o candidato Lula passou Leonel Brizola e foi para o segundo turno contra Fernando Collor, já ocorria há mais tempo uma situação de empate técnico entre o segundo (Brizola) e o terceiro colocado (Lula) nas pesquisas”.
NÃO HÁ SERIEDADE
Já está demonstrado que, pelo menos aqui no Brasil, as pesquisas não são realizadas com a seriedade que seria de se esperar. As empresas do setor, que se autodenominam “institutos”, começam a mostrar sua falta de responsabilidade quando declararam margens de erro inferiores à realidade das normas estatísticas.
Todas as empresas de pesquisas (é melhor chamá-las assim) procedem desse jeito, o que já configura uma fraude. O comentarista Wagner Pires deu repetidas aulas a respeito aqui na Tribuna da Internet.
As empresas faziam questão de insistir na falsidade, sem declarar a verdadeira margem de erro, que é diretamente proporcional ao número de entrevistas feitas. Uma pesquisa ouvindo apenas 2 mil eleitores jamais pode declarar margem de erro igual ao de um levantamento que abranja 10 mil eleitores, conforme denunciamos aqui, seguidamente.
Por tudo isso, ao final dessas eleições, ficará comprovado o que todos já sabem: os tais institutos/empresas estão cada vez mais especializados em ganhar dinheiro e enganar os incautos.
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