"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 8 de julho de 2014

A DIREITA SEM RUMO

Eu sou do contra. À mínima faísca, mesmo que esta não dê para causar um mínimo incêndio, eu sou do contra. Só que antes de expor as minhas contrariedades eu procuro subsídios que as embasem e, quando não os encontro, penso umas dez vezes antes de manifestá-las. Se raciocino bem ou mal, são outros quinhentos.

Com o passar do tempo, nós podemos até nos mostrar incoerentes com os valores pregressos. Isso não tem importância e nem é um erro, na medida em que se mostre evolução de pensamento, mais conhecimento e adaptação a uma certa ética vigente, mas sem deixar de sempre observar a nossa moral, imutável, e mãe da dita cuja, que nada mais é do que o relógio da moral transcodificado em regras.

Eu sou do contra, mas não especulo e nunca uso dois pesos e duas medidas para diferenciar o que eu gosto do que eu não gosto. Meus parâmetros mudam ao sabor do tempo, mas são fixos, imutáveis e idênticos com relação aos Chicos e Franciscos.

Infelizmente há hoje uma direita, assanhadinha pela caquexia petralha, que anda usando os mesmos artifícios que a esquerda sempre usou: a crítica inconsequente, a irresponsabilidade nas acusações, a argumentação tendenciosa e, sobretudo, a histrionice como meio de sair bem na foto.

O patrono desse novo modus operandi da direita é Olavo de Carvalho, um sujeito dotado de cultura inversamente proporcional ao seu juízo, e que, com seu discurso repleto de rancores e chulices, à la Lula, consegue angariar um séquito invejável de gente insatisfeita com a situação do Brasil do PT, mas que não tem um mínimo de capacidade de pensar por si, seja por preguiça ou deslumbramento diante de tanta prolixidade de vitupérios supostamente inteligentes.

A minha direita, ou o que eu entendo por direita, não tem lugar para esse tipo de gente. Lugar de palhaço é no circo ou então no PT. Combater o mal que é esse governo usando a mesma droga que eles usam é homeopatia e, como todos sabem, homeopatia não serve para nada.

No frigir dos ovos, eu nem sei mais em quem confiar, visto que até os meus antigos e diletos parâmetros direitistas, como Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino andam patinando perigosamente em Malafaias e Everaldos, sem contar que também assumiram a postura infeliz de donos da verdade.
 
08 de julho de 2014

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