"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 10 de novembro de 2013

ROSE, AMANTE DE LULA, QUEBRA O SILÊNCIO: "NÃO FIZ NADA DE ERRADO."

Rosemary de Noronha quebra o silêncio: 'não fiz nada de errado'.  Em sua primeira entrevista depois da eclosão do escândalo, Rosemary Noronha, a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, se diz perseguida e injustiçada por ser amiga do ex-presidente Lula

 
SOBRE CORRUPÇÃO - "Eu era a chefe do escritório da Presidência. Nada mais natural do que encaminhar pedidos. Nunca recebi nada por isso"
CORRUPÇÃO - "Nada mais natural do que encaminhar pedidos.
Nunca recebi nada por isso" (Jefferson Coppola)

Rosemary Noronha sabia desfrutar o poder quando era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Amiga íntima do ex-presidente Lula, ela empregava parentes na administração, intermediava negócios milionários para amigos e familiares, hospedava-se em aposentos de luxo mundo afora e tinha um talento especial para ganhar cortesias — de diárias em resorts de luxo a ingressos para shows de artistas consagrados.
 
Rose era cortejada por servidores graduados e empresários por um motivo bem simples: ela abria as portas dos gabinetes mais poderosos, inclusive o mais importante deles, no 3º andar do Palácio do Planalto. Desconhecida do grande público, Rose levava uma vida de rainha. Foi assim até novembro do ano passado, quando a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha que defendia interesses privados no governo em troca de propina.
 
Seis pessoas foram presas. Outras doze, indiciadas. Apontada como protagonista da teia criminosa que mercadejava pareceres de órgãos técnicos, Rose perdeu o emprego, a influência e o prumo. Caiu do pedestal e sumiu do mapa.
 
Na semana passada, um ano depois da ação da PF, Rose quebrou o silêncio a que tinha se submetido por orientação de advogados e petistas graúdos. Em conversa com VEJA, a poderosa de outrora, conhecida pela arrogância no trato com subordinados, se disse inocente e injustiçada. Apresentou-se ainda como vítima de trapaças de excompanheiros e de insinuações maliciosas da imprensa. “Não fiz nada de errado. E tenho certeza disso.
 
Sou inocente.” Magra e com aparência bem cuidada, Rose conversou por quase uma hora com a reportagem, num shopping paulistano, sempre mantendo o olhar fixo no interlocutor. Firme na forma e frágil no conteúdo, rebateu as acusações de modo genérico. Mostrou-se também bastante magoada. Um dos motivos é a ligação com o ex-presidente Lula. Segundo Rose, os dois jamais tiveram uma relação de intimidade.
 
“Minha relação com ele é de amizade, fidelidade, e totalmente profissional. As nossas famílias se conhecem desde que as crianças eram pequenas.”

10 de novembro de 2013
Adriano Ceolin - Veja
Leia a continuação dessa reportagem na VEJA no IBA

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