Segundo a nova aliada de Eduardo Campos, a política econômica de Dilma vem sendo praticada ‘com alguma negligência em função da ansiedade política’. Marina afirmou, ainda, que o modelo de governabilidade chegou ao limite, com 40 ministérios
A ex-senadora Marina Silva partiu para o ataque nesta segunda-feira, ao afirmar que a marca do governo Dilma Rousseff “é a do retrocesso”, e que a política econômica da gestão de Dilma vem sendo praticada com "alguma negligência em função da ansiedade política", o que põe em risco as conquistas adquiridas desde o início da estabilização econômica, que começou a ser implantada ainda no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Para Marina, é preciso desenvolver esforços para que não se percam os ganhos com a estabilização de FH nem as conquistas sociais do governo Lula. Ela voltou a insistir no tripé geração de superavit primário nas contas públicas, câmbio flutuante e metas da inflação que vigorou nos dois governos anteriores, e lembrou que essas iniciativas já haviam sido defendidas em 2010, quando disputou a Presidência. Defendeu a autonomia do Banco Central, sem que, no entanto, ela seja formalmente institucionalizada.
— Imagine com esse Congresso que nós temos, colocarmos em discussão uma questão como essa e um grupo decidir que não teríamos autonomia. Estaríamos diante de fragilização de instrumento da nossa política macroeconômica, o que não é desejado.
Marina afirmou, ainda, que o modelo de governabilidade chegou ao limite, com 40 ministérios.
— E para manter a base novos ministérios têm sido criados, e isso é insustentável — criticou.
Ela disse que a união entre a Rede e o PSB já começa a tornar a presidente em refém das forças que a sustentam. Para Marina, Dilma cumpriu um papel, mas o modelo se esgotou.
— Não tem mais para onde ir.
Marina falou da sua filiação ao PSB, disse que não tem nenhum constrangimento de estar ao lado do governador Eduardo Campos(PSB), que em Pernambuco tem alianças com lideranças tradicionais e conservadoras.
— Nossa aliança é programática e não pragmática.
15 de outubro de 2013
Letícia Lins - O Globo
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