"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DIA DE QUEM, AFINAL?

O delírio sobre crianças e cachorros ocultos amplia o mistério: como é que um candidato consegue ser derrotado por Dilma Rousseff?

O que disse a presidente no Dia da Criança, durante a visita ao Rio Grande do Sul, foi tão espantoso que até antigos leitores da coluna ficaram desconfiados: seria alguma brincadeira do jornalista Celso Arnaldo Araújo, o descobridor do dilmês? É tudo verdade, prova o áudio do Implicante. Ouçam o dedilhar da lira do delírio:



Parece mesmo mentira, mas é isso aí, confirma a transcrição do texto publicado pelo Blog do Planalto:

 “Se hoje é o Dia das Crianças, ontem eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais. Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante”.

Há sempre alguma lógica por trás de qualquer loucura, certo? Errado, vem reiterando Dilma Rousseff desde 2007, quando virou Mãe do PAC e desandou a falar em público. Seus palavrórios amalucados são apenas coisa de hospício.

Já é estranho enfiar pai, mãe e professoras numa discurseira sobre o Dia da Criança. Se pensou em homenagear figuras associadas à garotada, deveria ter incluído avôs, avós, babás, colegas de escola, parteiros, pediatras, fabricantes de brinquedos, fora o resto.

Perplexa com o início da salada retórica, a lógica foi levada às cordas pela entrada em cena dos animais e nocauteada pelo cachorro oculto. Por que um cachorro? Por que oculto? Por que atrás da criança, e não à frente, à esquerda ou à direita? Isso só o neurônio solitário sabe. E não vai revelar a ninguém porque, mesmo que quisesse, de novo não diria coisa com coisa.

É impossível acompanhar o funcionamento de um neurônio permanentemente em pane. É difícil imaginar o que se passou na cabeça presidencial naqueles 31 segundos inverossímeis. Mais difícil ainda é entender como é que um adversário consegue não ganhar um debate na TV com Dilma Rousseff  ─ e perder a eleição para quem vê, por trás de toda criança, um cachorro. Um cachorro oculto.

15 de outubro de 2013
Augusto Nunes
Veja

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