"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

LINDBERGH, DO PT, NÃO DESCARTA OFERECER PALANQUE DUPLO A DILMA E CAMPOS NO RIO

Senador disse que vai ‘forçar’ petistas a entregar cargos no governo Cabral e que pretende buscar apoio do PSB de Campos e Marina Silva


                   O senador Lindberg FariasAndré Coelho / Agência O Globo

A aliança formada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e da ex-senadora Marina Silva para 2014 teve reflexos no Rio. Pré-candidato ao governo, o senador Lindbergh Farias (PT) não descartou na tarde desta segunda-feira formar palanque duplo no estado entre a presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição, e Campos, outro concorrente à Presidência pelo PSB. Em evento realizado pela manhã, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o senador pediu a saída imediata do PT dos governos Sérgio Cabral e Eduardo Paes, ambos do PMDB, “o mais rapidamente possível”.
 
- Queremos construir um caminho alternativo e combater o retrocesso. Tenho uma ótima relação com o PSB e com a (ex-senadora) Marina (Silva). Quero manter um canal próximo do diálogo (com o PSB). Esse processo (palanque duplo) vai acontecer em muitos estados - admitiu Lindbergh ao GLOBO.
 
Mais cedo, em evento na OAB, Lindbergh declarou que, independentemente do partido de Campos e Marina ter candidato próprio ao governo do Rio, um novo caminho no estado em 2014 passa pelo PT e pelo PSB:
 
- É um desejo meu (a aliança). Se vai ser possível ou não... Quero que tenha pelo menos um grau de colaboração e de diálogo.
 
Coordenador da pré-campanha de Lindbergh, o deputado federal Jorge Bittar também defendeu a aproximação do senador com o PSB de Campos. Mas, para Bittar, é preciso ainda esperar as consequências do acordo entre o governador de Permanbuco e Marina Silva. Bittar, no entanto, disse que Campos “tem uma tragetória respeitável”:
 
- Sim, poderia ter dois palanques. Não é nada incomum. Isso já aconteceu nos processos eleitorais brasileiro. Ao contrário. Nossa candidata é a Dilma. Mas só que queremos ampliar (as alianças) aqui no Rio. Temos que tentar compatibilizar. Não é uma tarefa simples, mas é muito desejavel para nós.
 
Antes mesmo da filiação de Marina no PSB, Lindbergh já tinha procurado o partido de Eduardo Campos. O senador ofereceu a vaga de vice na sua chapa. O nome dos sonhos do senador é o deputado federal Romário. Lindbergh voltará a conversar nas próximas semanas com o ex-craque, além dos deputados federais Glauber Braga e do vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral. A iniciativa, porém, não agradou a todos os petistas.
 
- O Lindbergh precisa saber que o PT tem candidato, que é a Dilma. Vamos fazer de tudo para reelegê-la. Estou fora de Eduardo Campos. Vou trabalhar para derrotá-lo no Rio - afirmou Zaqueu Teixeira, secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do governo Cabral.
 
Na OAB, Lindbergh exigiu a entrega de cargos do PT imediatamente. O senador disse que vai “forçar” a votação dessa proposta no diretório estadual. Em agosto, a pedido do ex-presidente Lula, o PT cancelou um reunião que dediciria sobre a saída dos governos do PMDB. Cabral e Paes apoiam a pré-candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão. O PMDB é o principal aliado do governo Dilma no Congresso.
 
- O PT tem que sair desse governo imediatamente. Já passou do ponto. E a gente tem que colocar isso na pauta. As pessoas agora têm que se posicionar, têm que dizer se é a favor ou contra e por que - declarou Lindbergh, acrescentando que o mesmo vale para outros partidos de esquerda. - Todos os partidos que se dizem de esquerda e ligados aos trabalhadores têm que tomar uma decisão agora.
 
Além de Zaqueu, os petistas ocupam a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, com Carlos Minc. No governo de Eduardo Paes, o PT comanda as Secretarias de Habitação (Pierre Batista) e de Desenvolvimento Econômico Solidário (Vinícius Assumpção). O vice-prefeito Adilson Pires também é do PT e acumula o cargo de secretário municipal de Assistência Social. Os petistas possuem ainda entre 1.200 e 1.500 vargos nas duas administrações do PMDB, segundo cálculo do diretório estadual.
 
Na tarde desta segunda-feira, em reunião na sede do PT, dirigentes e simpatizantes com a pré-candidatura de Lindbergh também pediram a saída do partido dos governo Cabral e Paes. O encontro, liderado pelo vereador Reimont, contou com a presença de professores das redes municipal e estadual. o evento foi marcado por críticas à postura dos dois peemedebistas durante a greve dos profissionais de educação.
 
- Quem é do PT não merece apoiar um governo que bate em professor. O diretório nacional não tem o direito de exigir a nossa permanência no pior governo do Brasil. Não é razoável e aceitável pedir isso para o PT do Rio. É preciso ter bom senso de ouvir o que a militância está pedindo - afirmou o deputado federal Alessandro Molon.
 
Zaqueu reagiu:
 
- A Executiva do PT decidiu discutir a entrega dos cargos em 30 de novembro, depois das eleições internas do partido. Qualquer coisa fora disso, contraria a decisão já discutida pelo partido.
 
Carlos Minc também seguiu o mesmo discurso, mas lembrou que "não tem apego a cargos":
 
- Vou acompanhar a posição do partido. Vamos discutir em 30 de novembro. Não tenho apego a cargos. Mas vou esperar com serenidade, mas com responsabilidade e sem oportunismo. Tivemos avanços (no governo Cabral) incontestáveis.
 
Procurado pelo GLOBO, Cabral não quis comentar. Paes não retornou as ligações.

08 de outubro de 2013
Cássio Bruno e Ludmilla de Lima - O Globo

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