Em vez de criar empregos, melhorar educação e reduzir a violência, PT opta por liberar as drogas para atrair jovens.
18 de agosto de 2013
in coroneLeaks
Em campanha pela reeleição no comando do PT, o presidente da legenda, Rui Falcão, apresentou um pacote de atrativos para a juventude em seu programa, como a defesa da descriminalização das drogas leves, da liberdade sexual e da proteção aos jovens mais vulneráveis à violência urbana.
Na terça-feira, ao ser lançado candidato à reeleição ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, Falcão afirmou que "toda questão que diz respeito à liberdade sexual, a questão da descriminalização das drogas leves, proteção à juventude, sobretudo à juventude negra - porque são entre 20 mil e 25 mil jovens negros assassinados por ano - e política ambiental voltada à redução das emissões devem ser preocupação constante do PT".
Essa posição também é defendida por um dos coordenadores da chapa de Falcão, o deputado e ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP). O parlamentar, no entanto, reconhece que o tema é controverso. ""Esses assuntos certamente vão motivar um grande debate, porque não há unanimidade no partido a respeito dessa questão", disse. "Mas temos a obrigação de nos modernizar. Vamos para o debate."
A avaliação no PT após as manifestações de junho é que os dez anos no governo envelheceram o partido. O exercício do poder afastou a sigla da juventude, que optou por movimentos independentes, como se viu nos protestos. A cúpula petista quer acelerar sua renovação.
Já no fim do ano passado, por exemplo, o partido fixou cotas de 20% de jovens de até 29 anos para a direção. Mas o estímulo apenas institucional não foi suficiente para oxigenar a sigla. Os protestos também levaram Lula a querer entender a mobilização política atual O petista fez dois encontros pós-manifestações com dirigentes de movimentos políticos de jovens, como a União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PC do B.
Nessas reuniões, Lula avaliou que a juventude de esquerda está perdendo para uma tendência apartidária e que era preciso retomar espaço nas ruas. O ex-presidente também conversou com dirigentes da Mídia Ninja, que fez transmissões online dos protestos a partir de uma rede de voluntários.
Na terça-feira, Falcão admitiu que o PT e o governo tiveram dificuldades ao se comunicação com a sociedade. Isso ocorreu "particularmente com a juventude que não viveu a experiência dos anos do neoliberalismo nem a experiência danosa, cruel e sanguinária dos 25 anos da ditadura".
Para Falcão, o PT deve se alimentar dá experiência dos movimentos sociais para fortalecer o diálogo, elaborar novas políticas e partir para a ação com os jovens. "Queremos estar em sintonia com as novas formas de organização e participação que surgem na sociedade. Não para abolir os partidos, mas para reconhecer que há outras-formas de organização e que precisamos estar atentos a elas.
O governo tem informações de que haverá protestos na primeira semana de setembro, tendo por ápice o feriado da Independência. Mas, desta vez, já nessa nova linha, o PT espera estar representado, "Será uma grande manifestação. E nós estaremos lá", disse o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
(Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário