“2014” em Seu Habitat Natural e esperando a chegada do PT
Todo mundo conhece a expressão “mato sem cachorro”. Seria ridículo explicar algo que é senso comum em todo Brasil – a dificuldade de encontrar-se numa situação (perdido no mato) sem o mínimo de recursos (cachorro capaz de encontrar uma trilha) necessários, não é?
Todo mundo conhece a expressão “mato sem cachorro”. Seria ridículo explicar algo que é senso comum em todo Brasil – a dificuldade de encontrar-se numa situação (perdido no mato) sem o mínimo de recursos (cachorro capaz de encontrar uma trilha) necessários, não é?
Pois bem, meus amigos, durante décadas, nós os médicos brasileiros estivemos trabalhando num mato sem cachorro. Serviços de emergência sem triagem alguma, falta de exames de laboratório, falta de RX, falta de outros colegas capazes de resolver uma situação de vida ou morte e por aí vai. Parece que agora a situação está se invertendo, não é?
É o governo federal com o seu maldito “Mais Médicos” que está passando pelo constrangimento de oferecer algo como verdade à população e não poder cumprir. Sabemos que não conseguiram, e jamais vão conseguir, o número de médicos necessários, não é? Agora a situação se inverteu!
Quantas portarias do Ministério da saúde vocês desrespeitaram, petralhas? Quantos pronto-atendimentos abriram pelo país afora sem garantir um mínimo de condições de trabalho? Quantos pacientes morreram por falta de exames adequados capazes de identificar uma emergência? Quantas crianças perdemos porque foram atendidas por “clínicos gerais” sem a mínima capacidade, hein? Respondam agora!
Jamais nenhum de vocês pensou a sério numa carreira de estado pra nós. Nenhum de vocês admitiu um piso salarial para os médicos brasileiros, nem uma lei que impedisse essas barbaridades cometidas por feiticeiros e enfermeiras petistas por todo o país! O que queriam em troca? Uma população satisfeita?
Agora disseram que levariam quinze mil médicos ao interior do Brasil e fizeram isso fingindo que não sabem que os hospitais estão destruídos. Muitos não tem água, nem gerador de energia próprios. O “corpo clínico” que atua no SUS é virtual; são colegas que, assim que podem, abandonam esse trabalho infernal que destrói com os nervos de qualquer um e onde o contrato é feito às vezes até por telefone ... Tudo isso vocês sabem, “cumpanheiros”, mas mesmo assim não desistem, não é? Querem levar a briga adiante... Então está bem... Vamos lá...
Digam quantos hospitais públicos fecharam no Brasil nestes últimos dez anos! Apresentem à população aquilo que diz a lei sobre as condições básicas de funcionamento de um serviço de emergência. Expliquem para as pessoas, os recursos mínimos que deve ter um médico hoje para fazer um simples diagnóstico de pneumonia sem passar por charlatão! Isso vocês não querem, não é? Segue sendo mais fácil colocar a culpa nos médicos!
Até quando, “cumpanheiros”, vocês vão insistir com essa história? Que força vocês esperam obter do apoio de recalcados que não conseguiram ser médicos e de prefeitinhos que ainda não alcançaram posto maior nessa imundície que é a política no Brasil? Vocês tem alguma dúvida de que a verdade está com os médicos, com os pacientes e com todos os demais profissionais da saúde de bom senso (a maioria) que vocês não conseguiram “arrebanhar”?
Pobre Brasil perdido no meio desse tiroteio... pobre dos médicos, das enfermeiras de verdade, e acima de tudo dos coitados dos doentes... Sigo tendo muita pena de todos, mas aquela que tenho de desgraçados como vocês ainda é maior... Vocês estão num mato sem cachorro – agora há um tigre solto lá dentro. O bicho não tem nome; só número – é o famoso 2014.
Porto Alegre, 17 de agosto de 2013 AVC (antes da vinda dos cubanos).
18 de agosto de 2013 Milton Simon Pires é Médico.
18 de agosto de 2013 Milton Simon Pires é Médico.
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