“Livre pensar, é só pensar”, ensinava Millôr Fernandes. E o que eu penso é que somente quando os partidos políticos sofrerem severas punições – do corte de verbas oficiais até suspensão de concorrer em eleições, por exemplo – por darem legenda para o político que transgredir a lei ou cometer falcatruas depois de eleito para o executivo ou o legislativo, somente assim começaremos a ter uma limitação ou inibição de tais atos ilícitos.
Hoje, a responsabilidade dos partidos é nenhuma, o que configura um estímulo para conceder legenda, eleger pilantras e, assim, “arrecadar” para o partido. E quem fica com a pecha de responsável pela eleição dos picaretas é apenas o eleitor.
DINHEIRO SUJO – De onde vem o dinheiro que paga advogados que defendem os indefensáveis corruptos e corruptores e visam apenas atrapalhar a Justiça? A OAB deveria investigar os advogados que ficam ricos com a defesa de causas suspeitas, pois isso também pode virar lavagem de dinheiro.
Exemplificando, o réu de corrupção paga R$ 10 milhões para ser defendido em diversos processos, só que desse valor, R$ 8 milhões estão em paraísos fiscais e lá serão transferidos aos advogados. É mais um crime acessório de lavagem, dentro do crime principal.
Além disso, o advogado pode emitir fatura superfaturada, esquentando o dinheiro do cliente.
NOSSOS IMPOSTOS – E vamos ver se eu entendi direito: a sociedade paga os seus impostos que, no Brasil, são extorsivos. Esse dinheiro sustenta o Poder Judiciário, Ministério Público e Defensorias Públicas – estaduais e federal. Então, um criminoso te assalta, rouba e, se não tiveres sorte, te mata. A polícia investiga, o Ministério Público apresenta a denúncia para que o Poder Judiciário julgue o criminoso (atenção! estou sendo otimista, partindo do princípio que a polícia chegou ao criminoso) e a Defensoria Pública vai defender o assassino utilizando os recursos financeiros oriundos dos impostos que pagamos.
Em resumo, nós pagamos a defesa do criminoso que nos assaltou! E mais, se o indigitado for preso, receberá mensalmente o auxílio reclusão que pode ser maior que o valor do salário mínimo.
OUTRO EXEMPLO – Na quinta-feira passada, 18 de janeiro, foi noticiado que a Operação Archimedes da PF, MPF e Ibama, apreendeu 444 conteiners, no porto de Manaus, contendo no total 11 mil toneladas de madeira. O destino dessa carga eram os Estados Unidos e países da Europa. A madeira foi extraída ilegalmente de florestas localizadas em Estados da região amazônica.
Então, a situação é a seguinte: entidades ou instituições oficiais ou não, localizadas nos EUA e Europa, vivem nos criticando porque permitimos o desmatamento das nossas florestas. Mas são esses mesmos países que compram a madeira daqui extraída ilegalmente.
23 de janeiro de 2018
Mário Assis Causanilhas
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