"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

"DILMA BOLADA", CABELEIREIRO E ATÉ CAMAREIRA ERAM PAGOS COM O CAIXA 2



Ator que interpretou “Dilma Bolada” levou 400 mil
Em delação premiada, a publicitária Mônica Moura disse que ela e o marido, João Santana, pagaram R$ 200 mil ao ator Jefferson Monteiro, que interpreta o personagem Dilma Bolada nas redes sociais, na campanha eleitoral de 2014. O dinheiro teria sido pago a pedido do coordenador da campanha, Edinho Silva, sob o argumento de que o trabalho do ator era vantajoso para a imagem da então presidente.
“As condutas de Mônica Moura e João Santana prestar favores pessoais ocorreram no contexto da relação espúria mantida pelos publicitários com campanhas vinculados ao Partido dos Trabalhadores, em especial da então Presidente Dilma Rousseff”, afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A pedido de Janot, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, enviou os indícios para o Ministério Público Federal no Paraná. Os procuradores vão avaliar se pedem abertura de inquérito contra Dilma para investigar o episódio na 13ª Vara Federal no estado, comandada pelo juiz Sérgio Moro.
Segundo a petição de Janot, Monica disse em depoimento que foi chamada para uma reunião no comitê político do PT em 2014. Lá, ouviu de Edinho o pedido para que ela e o marido arcassem com uma dívida de R$ 400 mil que o comitê tinha com Jefferson Monteiro, “para evitar a interrupção das postagens, consideradas favoráveis à imagem de Dilma Rousseff”. Monica contou que pagou a metade. A outra metade teria sido paga por Daniele Fonteles, dona da empresa Pepper, que trabalhava com o marketing da campanha nas mídias sociais.
CORTESIA – “Mônica Moura esclareceu que esses serviços foram custeados por ela a título de cortesia a uma cliente relevante. Ante a possibilidade de a empresa participar da campanha de Dilma em 2014 mostrava-se interessante o pagamento destes favores pessoais à então Presidente da República”, diz o procurador na petição enviada ao STF.
A mesma petição trata de outros favores pessoais feitos pelo casal de marqueteiros a Dilma. Em delação premiada, Mônica diz que, ao longo de 2010, pagou R$ 4 mil por mês a uma ajudante particular de Dilma chamada Rose, identificada como cabeleireira e camareira pessoal. O pedido para fazer o pagamento teria vindo de Anderson Dornelles, que era assessor de Dilma. Os pagamentos teriam perdurado para depois da campanha, quando Dilma já era presidente da República.
CABELEIREIRO – Outra despesa dos publicitários foi com o cabeleireiro Celso Kamura, contratado na campanha de 2010 para prestar serviços para Dilma. “Diante do sucesso do trabalho de Kamura, Dilma Rousseff quis continuar com os serviços do cabeleireiro para eventos importantes. Como o Palácio da Alvorada não cobria esse tipo de despesa (não há rubrica correspondente), o assessor de Dilma, Anderson Dornelles, solicitou novamente que Mônica Moura arcasse com os pagamentos ao cabeleireiro, o que perdurou até o ano de 2014”, diz o procurador-geral.
Segundo a delatora, a diária de Kamura era de R$ 2 mil. Ao todo, os publicitários teriam pago R$ 40 mil ao cabeleireiro. Ela contou que os pagamentos eram feitos em dinheiro, muitas vezes com a ajuda do operador do casal, André Luís Santana.
A mesma petição também trata de gastos de cerca de R$ 100 mil de João e Mônica com serviços e deslocamentos de técnicos de teleprompter particulares de uma empresa de São Paulo. Durante a campanha, Dilma teria preferência pelos técnicos, que teriam sido levados inclusive para eventos internacionais.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se vê, a então presidente Dilma Toda Pura fazia uma confusão danada entre o público e privado. Essa história do cabeleireiro era mais do que sabida, o próprio Kamura já revelara que era pago pela Polis, empresa de Santana. Mas agora surgiu também a camareira, é um nunca-acabar… (C.N.)


12 de maio de 2017
Carolina Brígido
O Globo

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