O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou para a Justiça Federal do Paraná nesta quinta-feira a parte da delação do marqueteiro João Santana que trata de possível uso de caixa dois nas campanhas de 2010 e 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff. Santana foi o responsável por fazer as duas campanhas vitoriosas. Na Justiça Federal do Paraná, trabalha o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato. Santana, sua mulher, Mônica Moura, e André Santana, que trabalhava para o casal, firmaram acordo de delação premiada, tornado público nesta quinta-feira.
Santana e Mônica Moura dizem que Dilma tinha pleno conhecimento de que a Odebrecht ficou responsável por pagar, via caixa dois, R$ 35 milhões ao casal na campanha de 2014. Outros R$ 70 milhões foram pagos com recursos declarados.
DESDE 2010 – Em sua delação, Mônica Moura contou que, já em 2010, uma parcela relevante da campanha no primeiro turno foi paga mediante caixa dois. Os valores, em espécie ou transferidos por meio de uma conta na Suíça, teriam sido repassados com a ajuda da Odebrecht. Em 2012, parte do que a campanha de Dilma devia a Santana ainda não tinha sido quitada. Assim, Mônica contou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto a chamou e disse para procurar o empresário Zwi Skornicki, hoje delator da Operação Lava-Jato. Skonick então acertou pagamentos no exterior.
André Santana contou que foi orientado por Mônica Moura para receber valores em espécie, indo de Brasília para São Paulo durante a campanha de 2010. Ele afirmou ter recebido quatro vezes, em valores estimados entre R$ 150 mil a R$ 200 mil. Mas não soube identificar quem lhe entregou o dinheiro. Ele ficava hospedado em um flat para isso. Santana também relatou caixa dois na campanha.
MANTEGA ATUAVA – Em relação à campanha à reeleição de 2014, Mônica Moura afirmou que o então ministro da Fazenda Guido Mantega intermediou o pagamento de valores oriundos de caixa dois. Ela relatou que Dilma não queria interferência do PT nos pagamentos da campanha dela, por não confiar em Vaccari. A ex-presidente teria reclamado que o ex-tesoureiro do PT usou recursos destinados a Santana em 2010 para cobrir outras dívidas do partido.
Em 2014, teriam sido repassados ao casal R$ 10 milhões por meio de caixa dois, usando uma conta na Suíça. Outros R$ 25 milhões devidos pela campanha nunca foram pagos, uma vez que as investigações da Operação Lava-Jato alcançaram a Odebrecht.
ASSESSOR ASSALTADO – Para tentar quitar as dividas, Mônica teria recebido de Mantega a sugestão para procurar a ajuda do empresário Eike Batista. André Santana contou que esteve em um hotel em São Paulo para receber R$ 1,5 milhão da Odebrecht para a campanha de 2014. Mas o dinheiro foi roubado num assalto.
“De fato, conforme relata do Ministério Público, não se verifica, nesta fase, o envolvimento de autoridade que detenha foro por prerrogativa de função nesta Corte, o que determina, desde logo, o envio de cópia das declarações prestadas pelos colaboradores ao juízo indicado como, em tese, competente”, dediciu Fachin, autorizando pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Durante os últimos anos, Dilma tem feito o papel de “Soninha Toda Pura”, que surripiou da consagrada peça de Ilclemar Nunes. Agora terá de mudar de personagem. Seu currículo é impressionante. Foi uma tragédia como empresária, faliu uma loja de produtos R$1,99. Repetiu a dose como governante – ou governanta, como prefere. Seu grande orgulho era não se meter em crimes e irregularidades. A partir de agora, diante da delação de seus marqueteiros, Dilma não tem mais nada para se orgulhar. Está nas mãos de Sergio Moro, fazendo companhia a seu amigo Lula. Em breve iremos assistir ao depoimento dela, naquele linguajar característico. Vai fazer um baita sucesso. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Durante os últimos anos, Dilma tem feito o papel de “Soninha Toda Pura”, que surripiou da consagrada peça de Ilclemar Nunes. Agora terá de mudar de personagem. Seu currículo é impressionante. Foi uma tragédia como empresária, faliu uma loja de produtos R$1,99. Repetiu a dose como governante – ou governanta, como prefere. Seu grande orgulho era não se meter em crimes e irregularidades. A partir de agora, diante da delação de seus marqueteiros, Dilma não tem mais nada para se orgulhar. Está nas mãos de Sergio Moro, fazendo companhia a seu amigo Lula. Em breve iremos assistir ao depoimento dela, naquele linguajar característico. Vai fazer um baita sucesso. (C.N.)
12 de maio de 2017
André de Souza
O Globo
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