Tudo indica que se houver número bastante, Eduardo Cunha será arcabuzado ainda amanhã, no plenário da Câmara dos Deputados. O problema é saber qual a sua reação. Porque material para comprovar a participação de colegas em malfeitos praticados durante o seu período de bonança, ele possui. E com potencial para atingir gente do governo.
Figuras como o ex-presidente da Câmara só aparecem de quando em quando. São meteoros que brilham e prendem as atenções gerais por curto tempo, mas acabam catapultados para o espaço exterior, quando não se esborracham numa superfície árida e dura.
É o que parece deva ocorrer. Eduardo Cunha levará com ele a lembrança de um certo número de deputados que atendeu com benesses e favores muitas vezes proibidos, mas cujos votos servirão agora para condená-lo.
Não deixa de ser significativa a coincidência da degola do parlamentar e da ex-presidente Dilma Rousseff, hoje sacrificados em nome do combate à incompetência e à corrupção que muitos de seus algozes praticaram com subserviência.
Nenhuma reviravolta será capaz de devolver a Madame e ao deputado os tempos felizes de seus anteriores poderes, mas ficam para futuros acertos de conta aqueles que se valeram deles para sobreviver e agora passaram a sacrificá-los. Claro que Dilma e Cunha merecem as condenações e o ostracismo que vão curtir. Seria bom, no entanto, prestar atenção nos que neles se penduraram, primeiro como súditos fiéis, agora como carrascos implacáveis. O dia deles chegará.
11 de setembro de 2016
Carlos Chagas
Nenhum comentário:
Postar um comentário