MSTS é um braço do PCdoB que age nas grandes cidade |
As investigações da polícia paulista indicam que os líderes do MSTS (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) presos na Operação Marrocos tinham uma vida de conforto e luxo, graças ao dinheiro do tráfico de drogas. “O MSTS foi criado para disfarçar a atuação de uma organização criminosa”, disse o delegado Ruy Ferraz Fontes, chefe do Departamento de Narcóticos (Denarc).
Secretário-geral do MSTS, Wladimir Ribeiro Brito foi preso ontem em Maceió, em Alagoas, onde passava férias com a namorada. Segundo as investigações, ele desviou cerca de R$ 70 mil do PCC para comprar uma casa para a companheira e estava sendo cobrado pela facção. Brito havia chegado na cidade no dia 28.
Nas redes sociais, ele aparece em carros de luxo – várias fotos em veículos diferentes foram publicadas em 2015 na sua página no Facebook. O suspeito, porém, já cancelou a conta. Alguns veículos dele foram apreendidos pela Polícia Civil.
CRACOLÂNDIA – Para os investigadores, Ribeiro organizava encontros dos chefes do PCC que atuavam na Cracolândia. As reuniões aconteciam no 12 º andar do Cine Marrocos. Em um grampo, ele aparece negociando com uma traficante – que o chama de “patrão”. “Eu nem comprei maconha nessa semana para não me comprometer”, diz no áudio.
Já o coordenador-geral, Robinson Nascimento dos Santos, foi preso em casa, no Jabaquara, zona sul da capital. Segundo a Polícia Civil, o imóvel é de classe média alta e Santos também seria dono de uma casa de shows, chamada “Caldeirão”. Ele é acusado de coordenar a distribuição de drogas na região da Cracolândia, bem como de cuidar da contabilidade dos criminosos
CABO ELEITORAL – O Estado apurou que Santos seria cabo eleitoral do candidato a vereador Manolo Wanderley, do PCdoB. Segundo as investigações, Santos recebeu dinheiro para captar votos dos moradores da ocupação no Cine Marrocos. A direção estadual do partido informou que não localizou o responsável pelo diretório municipal para comentar o caso.
A vice-presidente do movimento, Lindalva Silva, também foi presa em casa, no bairro da Saúde, zona sul. Para a polícia, ela participava da contabilidade do tráfico e da distribuição do crack. “A vice-presidente mora em uma casa de alto padrão”, afirma Fontes. Segundo ele, nenhum líder do movimento morava nas ocupações. Todos têm imóveis e outros bens. A reportagem não localizou representantes do MSTS para comentar o caso.
Para a Polícia Civil, os integrantes da diretoria são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e nunca atuaram na área de habitação. “O único interesse era o tráfico de drogas e estruturar o PCC dentro dos movimentos de moradia”, afirmou Fontes.
Alvo da operação, o prédio do Cine Marrocos seria o quartel-general do PCC na Cracolândia. Lá, criminosos se reuniam para contabilizar o dinheiro e definir o que fariam com traficantes devedores.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O MSTS foi criado pelo PCdoB, que há décadas invade e ocupa prédios públicos e privados nas principais cidades do país. Este tipo de ação criminosa de cunho social não é combatido pelas autoridades. Há ocupações que se eternizam. O caso do prédio do Cine Marrocos só teve intervenção da polícia por causa da atuação dos traficantes no local. Apenas isso.(C.N.)
06 de agosto de 2016
Deu no Correio Braziliense
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