Em palestra realizada em Washington, o juiz Sérgio Moro declarou que nos contratos celebrados pela Petrobras, o pagamento de subornos era a regra, não a exceção. Será possível que nenhum governo, de Dilma Rousseff para trás, tivesse conhecimento dessa ladroagem? Não se trata de acertar contas com o passado. Fosse essa a necessidade e estaríamos na obrigação de rever as contas de Tomé de Souza. O que não dá para aceitar é saber que Dilma Rousseff teve a Petrobras a seus cuidados, foi ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e presidente da República.
O caso não é de bater em quem se encontra exangue, derrotada e prestes a sumir da História. Mas de examinar nos mínimos detalhes a performance da petroleira, ao menos nos últimos dez anos. O prejuízo dado pela Petrobras aos cofres públicos serviria para equilibrar qualquer crise econômica porventura registrada entre nós.
Por que a referência à maior das empresas nacionais? Porque lá nos escaninhos mais escuros do governo Michel Temer, prepara-se o maior dos golpes contra a Petrobras. Dentro da diretriz de entregar tudo o que é público ao capital privado, de preferência estrangeiro, a atual quadrilha que administra o país determinou como climax de sua atuação a cessão da Petrobras aos Estados Unidos, Inglaterra, China e outros parceiros.
FHC TAMBÉM QUERIA – No governo Fernando Henrique isso quase aconteceu, mas agora o ímpeto surge bem maior. O novo argumento é o velho: que a empresa dá prejuízo. E tudo o que dá prejuízo deve ser lançado ao mar. Não se dão conta de que os bebês dão prejuízo. É preciso gastar com eles leite, mamadeiras, fraldas e tudo o mais…
É bom tomar cuidado antes que tamanha barbaridade aconteça, pois já está em desenvolvimento. A primeira fase é desmoralizar a Petrobras, o que já vem sendo feito. Para evitar reações, mesmo em tempos de crise, aumentaram sua verba publicitária, distribuindo dinheiro farto para jornais, revistas, emissoras de televisão, rádio e demais veículos de comunicação. Até jornalistas amigos e amestrados são objeto de doações. Logo, alegando o alto custo das operações de produção de petróleo, começarão a demolição. Alerta, Petrobras!
17 de julho de 2016
Carlos Chagas
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