De fato o Brasil é um país “sui generis”, pois grande parte do povo brasileiro não acredita nas instituições e muito menos nos chamados “homens públicos”. E o que é mais estarrecedor é que a urna serve como máquina de lavar reputações, eu diria que serve para alcançar a excrescência do tão almejado foro privilegiado, senão homens como Fernando Collor de Mello, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Eduardo Cunha e tantos outros que já foram condenados ou são alvos de inquéritos que tramitam na mais alta Corte de Justiça do país, usam e abusam dos subterfúgios para não serem alcançados pela justiça, induvidosamente não deveriam estar mais em cena, mas infelizmente estão.
Quem sabe uma solução não seria exterminar com o voto obrigatório, passando o voto a ser facultativo, pois assim só aqueles que têm o total interesse em ver a nação prosperar em todos os níveis do conhecimento humano, certamente, teriam o interesse em ver o mais habilitado ser sufragado nas urnas para administrar os seus interesses, as suas aspirações.
IGNORÂNCIA POLÍTICA
Pergunta-se: “O que leva um cidadão de bem a votar num ladrão?”. Talvez, salvo melhor juízo, deva-se essa situação à sua ignorância política, conjugada à obrigatoriedade do voto, pois, sem ter votado, o cidadão que lograr êxito em um concurso público de títulos e provas não poderá ser investido do cargo.
A propósito, o dramaturgo Berthold Brecht já nos ensinou que o pior ignorante é o ignorante político, porque o ignorante político não entende que os preços do arroz, do feijão, da carne e de tudo o mais dependem das decisões dos políticos.
Lembro também do ex-chanceler alemão Helmut Kohl. Flagrado numa transação nebulosa que favorecia seu partido, teve que renunciar e nunca mais ousou se candidatar a nada na Alemanha. O eleitor lhe deu as costas. Entretanto, não esqueça o nobre leitor que se trata do povo alemão, que promoveu duas guerras mundiais, sofreu com as suas consequências e parece ter aprendido as lições.
Induvidosamente, como ainda não possuímos a cultura do povo alemão, temos políticos que estiveram e estão em situação bem pior do que o chanceler Helmut Kholl e nem por isso perdem a pose ou o poder que têm.
06 de maio de 2016
João Amaury Belem
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