Eduardo Cunha não tem mais salvação, depois que o plenário do Supremo Tribunal Federal referendou a liminar concedida de manhã pelo ministro Teori Savaski, suspendendo o mandato de deputado do já agora ex-parlamentar e ex-presidente da Câmara. Foi uma paulada dupla, melhor dizendo, duas degolas. A iniciativa fez a felicidade de muita gente, a começar pelo Procurador-Geral da República, que havia solicitado o afastamento de Eduardo Cunha, acusado por sucessivos atos de corrupção.
Nas nuvens, até literalmente, ficou a presidente Dilma Rousseff, informada pela ação de Teori Zavaski quando voava para a Bahia a fim de presidir uma solenidade.
Madame parece a poucos dias de também ser afastada de suas funções através de processo de impeachment correndo no Senado, mas retemperou-se. Afinal, foi graças ao presidente da Câmara que ela se encontra prestes a perder o poder.
E SE A MARÉ VIRAR?
Que tal se a maré virar e os senadores considerem questionável a operação iniciada pela maioria dos deputados? Pouquíssimo provável, mas possível a manobra será, dada a desmoralização do principal algoz da presidente da República.
Ao mesmo tempo, numa quinta-feira trágica como ontem, outro que perdeu a cabeça foi o senador Delcídio Amaral, ex-líder do governo e por sinal em prisão domiciliar, entre outras acusações por haver espalhado barro no ventilador, atingindo a honra de muitos parlamentares e ministros.
DILMA DE FORA
Se não sobrevierem antes outros terremotos, na quarta-feira da próxima semana o Senado afastará a presidente Dilma, empossando por pelo menos 180 dias o vice-presidente Michel Temer no palácio do Planalto.
Jamais a República viveu tamanha confusão, atingindo autoridades de tanta grandeza, por sinal mais apequenadas do que nunca.
O próximo alvo será o presidente do Senado, Renan Calheiros, por motivos parecidos com os do presidente da Câmara. Imagina-se que Dilma, posta para fora na semana que vem, não voltará. O Congresso vive em frangalhos, a economia nacional pior ainda, enquanto o país hoje com dois presidentes da República arriscar-se a não ter nenhum, amanhã.
06 de maio de 2016
Carlos Chagas
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