Mais uma semana se passou de total paradeiro, de descaso com as dificuldades que o cidadão comum, as instituições, as empresas e o resto do país vivem, sem que se mudasse o eixo das preocupações dos que têm a responsabilidade institucional de oferecer soluções para que se estanque a vertiginosa degradação geral que acomete o Brasil. Estamos no fundo do poço, entregues a quadrilhas que chegaram ao seu pior momento: não se entendem quanto ao que querem. Instalou-se em Brasília, de onde se espera que apareçam alternativas e propostas, a mais desordenada briga de gangs.
A presidente e seus olheiros, desde 1º de janeiro, cuidam de evitar que o deputado Eduardo Cunha, para muitos estranhamente ainda solto, leia de sua cadeira de presidente da Câmara dos Deputados o pedido de instalação de impeachment. Eduardo Cunha, de conhecida carreira, foi apanhado como titular de contas no exterior (na Suíça, nos Estados Unidos e no Panamá), de onde, comprovadamente, sem qualquer dúvida, ele e sua família tiravam dinheiro para comprar calcinha, pagar o personal, a depilação, viajar e hospedar-se nos melhores hotéis. E é nas mãos dessa figura que está a decisão de cumprir ou não o ato protocolar.
Em paralelo, mais ninguém nesse país sabe o que espera para que a Procuradoria da República e o Supremo enviem para a casa de Cunha, num camburão da frota, as algemas, o macacão alaranjado e a tornozeleira que a família poderá ter que usar nos próximos anos, como prêmio, por décadas, de afrontosa burla e fraude em bem urdidas ações colecionadas para pilhar o patrimônio público.
NA PAPUDA NÃO CABE
Como sugestão, que se requisite o estádio Mané Garrincha, pela sua proximidade com a Justiça, com os Tribunais Superiores e com a Polícia Federal, (por facilidade logística), e nele se organizem as celas que a Justiça precisa para receber mais rápida e economicamente, ainda que com desmerecido conforto, mas banho de sol, essa horda que está arrebentando o país. Independentemente de partido, se do PT, do PSDB, do PMDB, de qualquer outra banda podre que são quase todos os 36 partidos do Brasil.
Mas que lá se abriguem por muitos anos os que meteram a mão no caixa do tesouro. Os que em bando sempre ocuparam espaços de decisão para se enriquecerem. Os que usam ou usaram sua caneta, sua autoridade, seu cargo, seu mandato, para nomeações imorais, para furtar e mamar, sem limites, nas tetas dos governos, os privilégios que reservaram para sua satisfação. O espaço é pródigo para receber essa galera. Ladrões, muitos contando tempo para farta aposentadoria nos Estados, nos municípios, nas assembleias legislativas e câmaras municipais, em todos os poderes do Estado. Juntem todos que, sem medo de sermos injustos, poderão partir em caravanas rumo ao Planalto Central. O Mané Garrincha receberá.
O que não podemos mais é ficar onde estamos, com o povo desempregado, com fome, sentado num barril de pólvora, no limite da explosão.
25 de outubro de 2015
Luiz Tito
O Tempo
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