No intrincado xadrez da política internacional, há dois pontos positivos neste início de século. Primeiro, houve a ascensão da China como potência econômica, para que haja um maior equilíbrio na balança comercial, sem predomínio excessivo dos Estados Unidos; e agora, a velha Rússia retorna ao primeiro plano da política internacional, para dar uma meia trava na mania norte-americana de se comportar como xerife do mundo, de uma forma negativa, interpretando a lei sempre de acordo com seus interesses econômicos e estratégicos, pouco se importando com os interesses das nações que invade ou manda invadir.
O líder russo Vladimir Putin inicialmente mostrou invulgar competência como estadista, juntando os cacos de uma nação que quase foi destruída por uma abrupta e mal preparada mudança de regime, em meio a uma privatização equivocadamente conduzida, que fez brotar magnatas da noite para o dia e possibilitou a criação de organizações mafiosas de âmbito internacional. Mesmo assim, assumindo o poder em meio ao caos institucionalizado, pouco a pouco Putin foi conseguindo recuperar a economia, a autoestima e o poder da Rússia, reequilibrando a guerra fria que sempre existiu e continuará existindo.
POLIVALÊNCIA
Para o Brasil, a volta da polivalência das forças políticas e econômicas pode ser muito proveitosa, se nosso governo enfim souber interpretar o lendário slogan do então secretário de Estado John Foster Dulles, o republicano que ensinou ao mundo, na década de 50, que “países não têm aliados, têm apenas interesses”.
Se o Itamaraty (leia-se Marco Aurélio Garcia, o verdadeiro chanceler) aproveitar a chance, poderemos melhorar muito nossa balança comercial. Já estamos próximos da China e dos Estados Unidos, por causa do crescimento da importância dos BRICS (a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul); nunca conseguimos nos afastar dos Estados Unidos; estamos hoje muito próximos às nações latino-americanas em geral, especialmente os países da América do Sul; e temos importantes acordos comerciais em negociações com a União Europeia.
TRADUÇÃO SIMULTÂNEA
O Brasil precisa se abrir de vez para mundo inteiro, aproveitar as múltiplas chances de comércio que se apresentam mas são desperdiçadas, em nome de bolivarianismo inconsequente.
E meste novo quadro mundial, lembremos que, com apoio dos Estados Unidos, Cuba agora vai reflorescer e deixar a Venezuela chupando o dedo sozinha.
Aliás, já ia esquecendo… Bolivarianismo é o cacete!, como diz essa garotada neonacionalista que luta para evitar a importação definitiva do Halloween.
25 de outubro de 2015
Carlos Newton
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