Nossas "Forças Armadas" são o resultado da sociedade indisciplinada, egoísta, individualista, corrupta e muito bem representada pelos "políticos", democraticamente eleitos por nós mesmos. Em verdade, o povo talvez nem queira pensar nisso, nem queira pensar em nada. Do mendigo debaixo da ponte até o megaempresário, cada qual está unicamente preocupado consigo mesmo. O Brasil que se lixe!
O maior entreguista de todos os tempos, Collor, com o apoio irrestrito do seu lugar-tenente no MRE da época, Marcos Azambuja, fez o que fez com os programas estratégicos de desenvolvimento tecnológico de ponta, e nada, mas nada mesmo, lhes foi cobrado. Para que se tenha uma idéia da entrega de soberania, seu governo passou a consentir o desarmamento e controle, não só de armas nucleares, mas também químicas e biológicas, abrindo mão do direito sagrado que tem a nação de dissuadir para não lutar. E não há legislação penal, invocável, que criminalize nenhuma destas ações de lesa-pátria. Somos um estado à deriva que “desabriga” uma sociedade apática.
Se na prática o povo não está nem aí para fazer reverter a nossa situação de país rico (hoje mais do que nunca), mas absolutamente indefeso, cabe a atual comandante-em-chefe das Forças Armadas assumir sua autoridade com decisão, fazendo denunciar as excrescências representadas pelos diversos tratados ligados à diminuição ou desenvolvimento de armas, como: o Tratado de Tlatelolco, a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares, o Acordo Nuclear Quadripartite de Salvaguardas com a AIEA, a legislação para controle de exportação desta qualidade de armas nucleares, o Compromisso de Mendonza (nada mais nada menos do que a renúncia ao uso, produção, aquisição ou transferência de armas químicas e biológicas). Que se diga, convocando a Argentina para revisão do nosso acordo de salvaguardas, em prol de um outro que contemple as aspirações de segurança e soberania plena dos dois países mais ameaçados da latino-américa.
Como agravante ao descaso da sociedade está a nos aguilhoar também a miséria moral. Uma grande parte dos políticos desta hora, os anais públicos do Foro de São Paulo não deixam mentir, apóiam as FARC, ilegais na própria Colômbia, as quais, comenta-se com lógica, vivem da produção e da comercialização da cocaína. Seriam esses nossos representantes declaradamente bandidos? Cidadão, perigo! Isso tudo está a formar um mosaico, um vitral, um todo, um sistema, um conjunto consistente.
Assim, nossas "Forças" não poderiam fugir do destino inglório de, apenas, estarem inseridas neste terrível contexto. Elas e os fatos que poucos militares comentam, expõem, analisam, denunciam, refletem perfeitamente a imagem de tal conjunto. Graças à educação militar, alguns profissionais das armas ainda vêem tudo isso com espírito crítico, mas não se sabe até quando haverá quem critique.
Enquanto persistir o espírito popular vigente, que é fruto de ene fatores a começar pela horrorosa falta de educação, especialmente a cívica, e a liderança política negativa, desonesta, vamos continuar na mesma. E a História mostra, com clareza meridiana: não cabe aos militares o papel de tutores da Nação. Como sair disso? Provavelmente, se não viermos a ser exceção no estudo da História Geral, por meio de purgação sangrenta lamentável, interna ou externa, quanta infelicidade, desgraçadamente.
Creio ser um assombro a luta de alguns poucos no sentido de abrirem os olhos da sociedade! Eles serão mártires ou heróis desta luta insana! De qualquer forma, que Deus os ilumine pela verdadeira guerra que fazem com as armas da crítica e do esclarecimento. Se cometerem algum erro, que tenham a certeza, ele será irrelevante no contexto do bom combate que travam, pois seu alerta está sendo dado.
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e Estado- Maior, na reserva.
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