"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de julho de 2015

"ISSO NÃO ESTÁ CERTO"



Na sua ânsia de tentar mudar a face da igreja católica, colocando-a a serviço dos mais necessitados, criticando o consumismo, como expresso na sua encíclica Laudato si, e demonstrando simplicidade e despojamento por todos o países que visita mundo afora, o Papa Francisco é obrigado a ouvir resignado a observação do cocaleiro Evo Morales, através da qual este declara sentir-se feliz e esperançoso ao receber Sua Santidade depois de "momentos na História em que a Igreja foi obrigada a subjugar e oprimir ", referindo-se àqueles mesmos acontecimentos pelos quais o Papa recorrentemente se desculpa, numa especie de "meu passado me condena".


Mas nada se compara à surpresa estampada em seu semblante quando foi presenteado por Evo, que na ocasião exibia um certo sorriso maroto, com um estranho e assimétrico crucifixo com a desnecessária forma da foice e do martelo, simbolo do comunismo.


"Isso não está certo"(sic).


Assim reagiu o Papa Francisco, segundo tradução divulgada pela provedora de notícias relacionadas ao catolicismo, Catholic News Agency (CNA), ao desconforto gerado pelo inusitado presente, embora não se tenha esquivado de recebê-lo.


Não há dúvida que, com esta polêmica oferenda, o presidente boliviano roubou a cena e esvaziou a importância da visita do sumo pontífice, mudando o foco do evento principal para uma pirueta política da qual foi o maior beneficiário, no contexto de uma disputa conflituosa entre seu governo e as autoridades eclesiásticas de seu país que teve seu auge mais ou menos na metade da última década.


Isso está certo, Sr . Evo?



12 de julho de 2015
Paulo Roberto Gotaç

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