"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de julho de 2015

IBOPE CONFIRMA QUE LULA ESTÁ NO "VOLUME MORTO"




Se disputasse hoje uma eleição presidencial contra o tucano Aécio Neves, Luiz Inácio Lula da Silva venceria apenas no eleitorado de menor renda e escolaridade, e em algumas das áreas geográficas que tradicionalmente votam no PT. O lulismo, além de menor, está menos diverso: em quase duas décadas, este é o momento em que o apoio ao ex-presidente mais se concentra na população mais pobre.
Os dados são de pesquisa Ibope, realizada na segunda quinzena de junho, que mostra que Lula seria derrotado por 48% a 33% em um eventual 2.º turno com Aécio – em votos válidos, sem contar os indecisos e os que não optariam por nenhum dos dois, o resultado seria 59% a 41%. Se o adversário fosse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, haveria empate técnico: 40% para o tucano e 39% para o petista – ou 51% a 49%, em votos válidos.
Na segmentação do eleitorado por sexo, idade e tamanho do município, Aécio venceria em todas as faixas. Na divisão por renda e escolaridade, Lula ficaria à frente, de forma isolada, apenas entre os eleitores que ganham até um salário mínimo e que têm até quatro anos de estudo. A geografia do voto mostra que o petista ganharia apenas na Região Nordeste.
NÚCLEO DURO
É como se a pesquisa desse sentido numérico à citação de Lula, feita durante encontro com líderes religiosos, no mês passado, de que ele e o governo estão no “volume morto” – uma referência à reserva técnica de água que só é consumida em situações de crise.
O levantamento do Ibope mostra um refluxo do apoio ao petista mesmo no eleitorado de baixa renda: Aécio ganharia de Lula até entre os que ganham de um a dois salários mínimos (53% a 47% dos votos válidos). A vantagem do tucano aumenta à medida que cresce a renda, até chegar a 72% a 28% na faixa dos que ganham mais de cinco salários.
A popularidade do ex-presidente chega ao fundo do poço em um momento em que se combinam os estragos econômicos provocados pela alta da inflação e do desemprego e as turbulências políticas decorrentes da Operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvios em torno de obras contratadas pela Petrobrás.
Essa combinação é o que o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco, costuma chamar de “tempestade perfeita”. “No Brasil, o choque informacional representado pelo escândalo do petrolão potencializou brutalmente o efeito da derrocada da economia. A experiência cotidiana da população quanto à péssima qualidade dos serviços, por exemplo, aumenta a credibilidade da informação recebida sobre corrupção.”

12 de julho de 2015
Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo
O Estado de S. Paulo

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