O novo ministro Luiz Edson Fachin já declarou que delação premiada não é prova. Ele tem razão. Em tradução simultânea, diríamos que a delação premiada não se sustenta sozinha, precisa de confirmação, que pode vir através de prova material e/ou testemunhal. Mas pode até ocorrer delação premiada que se sustente em outras delações premiadas, como já vinha acontecendo na própria operação Lava Jato.
Para o governo, o PT e o Instituto Lula, a crise política e moral atingiu um ponto de gravidade máxima, porque as provas materiais e testemunhais contra a presidente Dilma Rousseff não somente começaram a aparecer, mas já estão até em situação de abundância.
No caso das delações premiadas, por exemplo, cruzamento de informações feito pelo O Globo mostra a impressionante coincidência das denúncias, uma confirmando a outra.
No caso das delações premiadas, por exemplo, cruzamento de informações feito pelo O Globo mostra a impressionante coincidência das denúncias, uma confirmando a outra.
Um dos principais delatores, o doleiro Alberto Youssef, afirmou que Dilma e Lula tinham conhecimento do esquema de corrupção.
Cinco delatores revelaram que o pagamento de propinas era feito por meio de doações eleitorais registradas. E oito delatores confirmaram que o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto realmente pedia dinheiro em troca de contratos da Petrobras.
Cinco delatores revelaram que o pagamento de propinas era feito por meio de doações eleitorais registradas. E oito delatores confirmaram que o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto realmente pedia dinheiro em troca de contratos da Petrobras.
DENTRO DO PLANALTO
Para sustentar a veracidade dessas denúncias, estão surgindo cada vez mais provas materiais, como os impressionantes documentos, planilhas e extratos bancários guardados secretamente pelo empresário Ricardo Pessoa, que coordenava o cartel das empreiteiras na Petrobras.
Fica claro não somente o envolvimento do tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, que atualmente é ministro da Comunicação Social, mas também a participação de seu chefe de gabinete Manoel Araujo. Ou seja, há dois membros da quadrilha dentro do próprio Palácio do Planalto.
Fica claro não somente o envolvimento do tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, que atualmente é ministro da Comunicação Social, mas também a participação de seu chefe de gabinete Manoel Araujo. Ou seja, há dois membros da quadrilha dentro do próprio Palácio do Planalto.
Entre as provas materiais, há as gravações das reuniões de Vaccari com diretores e gerentes da Petrobras em restaurantes de hotéis de luxo, registrando inclusive suas ridículas tentativas de destruir provas, rasgando as anotações e distribuindo os pedaços por várias latas de lixo.
Existem também os extratos bancários dos empreiteiros, que estão sendo cotejados com as contas prestadas à Justiça pelos partidos e comitês de campanha. É um nunca-acabar de provas.
Existem também os extratos bancários dos empreiteiros, que estão sendo cotejados com as contas prestadas à Justiça pelos partidos e comitês de campanha. É um nunca-acabar de provas.
IMPEACHMENT É CERTO
Não há mais dúvida que ocorreu um verdadeiro festival de ilegalidades, cometidas por quem detinha o poder e a cultivava a certeza da impunidade, não há a menor dúvida. Nunca antes, na História deste país, se viu nada igual.
Não há a menor possibilidade de comparação com a situação do ex-presidente Fernando Collor. Desta vez, trata-se de corrupção oficializada, com percentual de propina previamente fixado, num esquema que envolvia um número enorme de políticos e autoridades.
Não há a menor possibilidade de comparação com a situação do ex-presidente Fernando Collor. Desta vez, trata-se de corrupção oficializada, com percentual de propina previamente fixado, num esquema que envolvia um número enorme de políticos e autoridades.
Neste quadro, o impeachment da presidente Dilma Rousseff é um fato praticamente determinado, apenas uma questão de tempo. A única dúvida que ainda poderia persistir é saber como será a sucessão: se assumirá o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), em caso de condenação por crime de responsabilidade (pedaladas fiscais, por exemplo), ou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), se houver cassação do mandato da chapa Dilma/Temer, por crime eleitoral.
E VAI PIORAR…
Como as investigações estão mais avançadas na Justiça Eleitoral, na qual já está tramitando a ação contra Dilma movida pelo PSDB, é mais provável que ocorra a cassação por crime eleitoral, especialmente depois do depoimento que nos próximos dias será dado ao TSE pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, que fez questão de documentar todas as propinas de sua empresa, a UTC, que beneficiaram a campanha eleitoral de Dilma/Temer.
Bem, este é o quadro atual. Ao contrário do que afirma o deputado Tiririca (PR-SP), a tendência é piorar cada vez mais, com o surgimento de novas delações premiadas e mais provas materiais. A presidente Dilma pode até fingir que continua governando, mas seu mandato acabou antes de começar.
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