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(O Globo) O Banco Central admitiu, nesta quarta-feira, que a recessão deve ser muito mais rigorosa que a esperada antes. A previsão para a retração da economia brasileira neste ano saltou de 0,5% para 1,1%. O relatório trimestral de inflação diz ainda que a inflação deve chegar a nada menos que 9%. A previsão anterior para Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era de 7,9%.
Se as estimativas forem confirmadas, será a maior inflação desde 2003. Para a atividade econômica, 2015 será o pior dos últimos 25 anos. Ou seja, desde quando o ex-presidente Fernando Collor confiscou a poupança dos brasileiros e paralisou a economia, que encolheu 4,3%, segundo dados do IBGE.
Para justificar a alta da expectativa da inflação de 1,1 ponto percentual, o BC culpou o reajuste das tarifas públicas que foi represado no passado artificialmente pelo governo e, agora, o efeito rebote foi maior que o previsto. Além disso, disse que a inflação cresceu mais do que a autarquia conseguiu imaginar.
CONTA DE LUZ MAIS CARA
Há apenas 13 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na ata da última reunião que a alta da energia seria de 41% neste ano. Apenas nesse intervalo, a cúpula do BC aumentou essa previsão para 43,4%. Com base nisso, os diretores elevaram as apostas para a inflação neste ano.
Agora, essas estimativas ficaram mais perto do cenário econômico traçado pelos analistas do mercado financeiro. Os economistas esperam que a atividade econômica caia 1,45% neste ano. E que a inflação beire os 9%. A aposta é de 8,97%. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o índice oficial está em nada menos que 8,47%.
A previsão dos analistas do mercado financeiro está mais baixa que a do BC porque eles já incorporam os próximos passos do Copom. Por isso, as contas dos economistas são feitas com a expectativa da taxa Selic em 14,25% ao ano. Enquanto, os diretores do BC usam o nível atual de juros, ou seja, 13,75%.
A tarefa do BC era deixar a inflação em 4,5% ou, no máximo, 2 pontos percentuais acima dentro da margem de tolerância. Foi nesse intervalo que o índice oficial ficou nos últimos anos, mas agora deve estourar e muito o teto de 6,5%. O Banco Central já admitiu que não pode fazer nada mais para salvar sua missão em 2015 e prometeu nos documentos anteriores ao relatório de inflação fazer a alta de preços convergir para o centro da meta.
26 de junho de 2015
in coroneLeaks
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