"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Cenas desconexas: Moro é aplaudido na Avenida Paulista, Lula sai escondido de reunião com Renan

Moro em Sampa: "Não me considero um herói"

Imagem é tudo. Bombam nas redes sociais cenas e fotos do juiz Sérgio Moro e sua esposa Rosângela sendo aplaudidos no lançamento do livro "Bem vindo ao Inferno", prefaciado pelo herói da Lava Jato, ontem, no conjunto Nacional da Avenida Paulista. O Jornal Nacional da Rede Globo, editorialmente, preferiu mostrar outro acontecimento político, ocorrido mais cedo, em Brasília: o poderoso Luiz Inácio Lula da Silva saindo, com a fisionomia bem séria e formal, bem escondidinho, de um almoço indigesto com Renan Calheiros, Edson Lobão e Delcídio Amaral.

Por acaso a cena guarda alguma coincidência com o fato de delações premiadas da Operação Lava Jato citarem os santos nomes ligados à Família Sarney? Eis a ironia da história. O magistrado Sérgio Moro é tratado, popularmente, como um presidenciável - uma referência de líder para o Brasil. Humildemente, ele não aceita a fama de herói. Já o ex-Presidente Lula, em descarada campanha para retornar ao Palácio do Planalto em 2018, enfrenta o maior desgaste de imagem nunca antes visto em sua história pessoal. Lula nem pode sair a rua, sem ser vaiado ou xingado. Já Sérgio Moro, que não é político, consegue atravessar a Avenida Paulista sob aplausos.

Será com os aliados prestigiados ontem por Lula que o PT vai criar uma nova frente política de esquerda no País com vistas as eleições de 2016 e 2018 - conforme o petista gaúcho Tarso Genro anunciou esta semana no Rio de Janeiro? Em debate na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Tarso Genro praticamente respondeu que não. Ainda mais quando falou da crise vivida pelo Partido dos Trabalhadores e proclamou que o ciclo desenvolvimentista iniciado por Lula está esgotado: "Nós, que somos minorias dentro do partido, não temos ninguém a nos opor, porque não há hegemonia partidária hoje. Há um condomínio administrativo e um partido em crise, que está se segurando para não entrar numa depressão profunda. Não existe grupo dirigente. Existe um acordo de funcionalidade partidária e um projeto de estado vencido."

O ideólogo Tarso Genro defende que o Brasil saia de uma posição dependência subordinada e partir para uma relação de cooperação recíproca com o capital financeiro internacional. Pregando "acabar com o monopólio da mídia", Tarso também repetiu o discurso nazistalinista de atacar o que chama de "classes dominantes" (as zelites a que Lula sempre se refere). Tarso espancou: "Eles são contra as ousadias dessas poucas reformas populares que foram feitas. A classe média brasileira está se 'paulistinizando', está cada vez mais paulista. O cara tem 50 mil no banco e acha que é o Ermírio de Moraes. Ele não quer pobre perto dele, ele não quer o negro na universidade, ele não quer aceitar a diversidade sexual. Pensa que é rico; não sabe o que é riqueza".

O grave problema estrutural e conjuntural é que a política brasileira não dá sinais de mudanças, embora seja esta a vontade do cidadão-eleitor-contribuinte. Assim, em 2018, existe o risco concreto de Lula retornar ao poder federal. Ainda não aparece no horizonte quem possa confrontá-lo. As lideranças continuam as mesmas. O debate continua ideologizado e sem ideias para colocar o Brasil nos eixos.

Assim, o País continua aquela velha vanguarda do atraso. Lula, um mito em decadência, segue em frente. E o Brasil fica esperando que outros Sérgios Moros apareçam para cumprir seu dever cívico, em qualquer dos três poderes, contaminados pela corrupção sistêmica.    

Direito e Justiça em Foco


No programa Direito e Justiça em Foco do próximo domingo, o desembargador Laércio Laurelli recebe a advogada Ana Luíza Reale - trata das mudanças do Código Civil no Brasil e de outros temas técnico-jurídicos.

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15 de maio de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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